Com medalhas e quedas, Vonn divide brilho com compatriotas
Uma das atletas mais aguardadas nos Jogos de Inverno, a musa americana Lindsey Vonn passou por diversas sensações. Chegou lesionada, mas se recuperou para vencer no downhill, conquistar o bronze no Super G e não completar as provas de supercombinado, slalom gigante e slalom. Com o desempenho, dividiu os holofotes com os compatriotas Julia Mancuso, que deixou o Canadá com duas pratas na bagagem, e Bode Miller, com três medalhas (ouro, prata e bronze).
Em sua primeira entrevista no país-sede dos Jogos, Vonn despertou preocupação: recuperando-se de contusão na canela, disse que sentia as dores "mais aterrorizantes" da carreira e chegou a colocar em dúvida sua participação no evento. No entanto, além de sessões de fisioterapia, contou com a ajuda do clima para se recuperar: as fortes nevascas em Whistler adiaram o início das disputas do esqui alpino.
Cercada de expectativas e sentindo-se melhor, Vonn teve uma estreia triunfal: venceu a prova de downhill, considerada a mais tradicional da modalidade, deixando para trás Mancuso e a austríaca Elisabeth Goergl. No dia seguinte, porém, sofreu uma queda no supercombinado e viu a festa de Mancuso, superada apenas pela alemã Maria Riesch na disputa (a sueca Anja Paerson levou o bronze).
Vonn voltaria a entrar em ação no Super G, prova na qual conquistou o bronze, ficando atrás surpresa austríaca Andrea Fischbacher, que faturou o ouro, e pela eslovaca Tina Maze, outro destaque no esqui alpino ao faturar as primeiras medalhas de seu país na história do esqui alpino (também ficou em segundo no slalom gigante).
O pior momento de Vonn, aliás, foi justamente no slalom gigante. Logo na primeira tomada de tempo, a musa sofreu forte queda e fraturou o dedo mínimo. Além disso, como ela mesmo admitiu, "destruiu" a prova de Mancuso, que teve sua descida interrompida para atendimento à compatriota e depois encarou piores condições de neve. Resultado: chorou e ficou apenas em oitavo. Viktoria Rebensburg foi ouro, Maze prata e Elisabeth Georgl, bronze, colocando seu nome entre as melhores do esqui alpino em Vancouver.
Na última prova, o slalom, Julia Mancuso, satisfeita com as duas pratas, decidiu não competir. Já Vonn arriscou, mas, com uma proteção na mão, errou o percurso e acabou desclassificada. Maria Reisch faturou seu segundo ouro na Olimpíada.
"A expectativa dos outros é que era grande. A minha era de conquistar uma medalha de ouro. E isso eu consegui. Posso dizer que cumpri minha missão na Olimpíada de Inverno", afirmou Vonn ao fazer o balanço de sua participação nos Jogos.
Redenção
Além de Mancuso, quem também roubou atenção de Vonn no Canadá foi o americano Bode Miller, que fez as pazes com a torcida do país. Após polemizar na Olimpíada de Turim em 2006, quando não conquistou medalhas, apesar da condição de favorito, e deu declarações fortes (disse que iria "socializar" nas festas da Vila Olímpica e admitiu que já competiu bêbado), Miller se recuperou em grande estilo.
O atleta, 31 anos, ganhou o ouro no supercombinado, a prata no Super G e o bronze no downhill. "Quando eu olho para trás, não me arrependo de nada", disse, rebatendo seus críticos após o belo desempenho. Miller chegou a ficar afastado dois anos e meio da seleção americana após os incidentes na cidade italiana.
Além do americano, outros destaques do esqui alpino masculino nos Jogos de Vancouver foram o norueguês Aksel Lund Svendal, ouro no Super G, prata no downhill e bronze no slalom gigante, os suíços Carlo Janka, ouro slalom gigante, e Didier Defago, vencedor no downhill, e Giuliano Razzoli, que garantiu o único ouro da Itália na Olimpíada ao triunfar no slalom.
Brasil
As provas de esqui alpino ainda contaram com participação de dois brasileiros. Adotados cedo por famílias europeias, Jhonatan Longhi, 22 anos, e Maya Harrison, 17 anos, representaram o País pela primeira vez.
Jhonatan, prejudicado por uma lesão no ombro, foi 56º colocado no slalom gigante e não completou a prova do slalom. Já Maya, grande aposta para os Jogos de Sochi 2014, conseguiu o 48º lugar no slalom depois de ser desclassificada no slalom gigante.
Confira os medalhistas do esqui alpino
Downhill
Masculino
Didier Defago - Suíça - ouro
Aksel Lund Svindal - Noruega - prata
Bode Miller - Estados Unidos - bronze
Downhill combinado
Feminino
Lindsey Vonn - Estados Unidos - ouro
Julia Mancuso - Estados Unidos - prata
Elisabeth Goergl - Áustria - bronze
Downhill combinado
Feminino
Lindsey Vonn - Estados Unidos - ouro
Maria Riesch - Alemanha - prata
Julia Mancuso - Estados Unidos - bronze
Downhill combinado
Masculino
Aksel Lund Svindal - Noruega - ouro
Dominik Paris - Itália - prata
Carlo Janka - Suíça- bronze
Slalom combinado
Feminino
Sarka Zahrobska - República Checa - ouro
Michaela Kirchgasser - Áustria - prata
Sandrine Aubert - França - bronze
Slalom combinado
Masculino
Ted Ligety - Estados Unidos - ouro
Will Brandenburg - Estados Unidos - prata
Bode Miller- Estados Unidos - bronze
Slalom
Feminino
Maria Riesch- Alemanha - ouro
Marlies Schild - Áustria - prata
Sarka Zahrobska - República Checa - bronze
Slalom gigante
Feminino
Denise Karbon - Itália - ouro
Ana Drev - EsloVênia - prata
Julia Mancuso - Estados Unidos - bronze
Slalom gigante
Masculino
Carlo Janka - Suíça - ouro
Kjetil Jansrud - Noruega - prata
Aksel Lund Svindal - Noruega - bronze
Slalom
Masculino
Giuliano Razzoli - Itália - ouro
Ivica Kostelic - Croácia - prata
Andre Myhrer - Suécia - bronze
Super combinado
Feminino
Maria Riesch - Alemanha - ouro
Julia Mancuso - Estados Unidos - prata
Anja Paerson - Suécia - bronze
Super combinado
Masculino
Bode Miller - Estados Unidos - ouro
Ivica Kostelic - Croácia - prata
Silvan Zurbriggen - Suíça - bronze
Super-G
Feminino
Andrea Fischbacher - Áustria - ouro
Tina Maze - Eslovênia - prata
Lindsey Vonn - Estados Unidos - bronze
Super-G
Masculino
Aksel Lund Svindal - Noruega - ouro
Bode Miller - Estados Unidos - prata
Andrew Weibrecht - Estados Unidos - bronze
Super-G
Masculino
Aksel Lund Svindal - Noruega - ouro
Bode Miller - Estados Unidos - prata
Andrew Weibrecht - Estados Unidos - bronze