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Visando Tóquio, Ana Marcela Cunha usa equipamento de última geração para 'nadar' no seco

Em entrevista ao 'Estadão', maratonista aquática demonstra confiança para o período pós-pandemia e não para de treinar em casa

26 jun 2020 - 18h02
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Com a proibição do uso de piscinas imposta pelas autoridades brasileiras, Ana Marcela Cunha está se valendo de um equipamento de última geração para "nadar" no seco. O aparelho ergonômico chamado "VASA" simula a movimentação e o esforço feitos pela nadadora como se ela estivesse dentro da piscina. "São diversas regulagens que representam a força que exerço, a potência, e até a resistência natural da água", conta a atleta em entrevista ao Estadão.

A atleta mantém uma rotina de treinos. Acorda cedo, por volta das 6h30, e após um rápido café da manhã, já inicia sua primeira atividade do dia que vai até 11h. Depois do almoço, um período de descanso para novo trabalho, entre 15h e 18h. "Nessa fase deveria nadar uns 70 a 80km por semana, estou conseguindo uns 80% disso. O VASA é um dos aparelhos que uso normalmente na preparação física e estou usando mais tempo nessa época de restrições."

Ana Marcela Cunha usa o aparelho ergonômico chamado "VASA"
Ana Marcela Cunha usa o aparelho ergonômico chamado "VASA"
Foto: Divulgação / Estadão

Ana Marcela continua procurando uma piscina adequada para realizar suas atividades visando os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021. Mas enquanto não encontra, treina no VASA a fim de não perder seu condicionamento físico nesta quarentena. "Quando o Maria Lenk fechou fui treinar na Marinha do Rio. Logo depois, ela também suspendeu o uso da piscina. A terceira opção foi garantir vaga em uma piscina particular de uso não diário e também treinar na piscina do meu condomínio", explica a atleta do Time Ajinomoto.

"Com o adiamento dos Jogos Olímpicos, refizemos imediatamente o planejamento e definimos novos objetivos para esse período extra, de um ano. Seguimos focados. O fato de estar classificada me dá tranquilidade para pensar apenas no objetivo de lutar por uma medalha olímpica em Tóquio", ressalta Ana Marcela, que passa o período de isolamento social no Rio, ao lado da família.

A maratonista aquática, dona de 11 medalhas mundiais, demonstra confiança para o período pós-pandemia. Ela conta que está conseguindo se exercitar diariamente durante o isolamento social, mas não vê a hora de voltar aos treinos regulares, claro, na água. "Sigo uma rotina bem cuidadosa, passo a maior parte do tempo em casa, uso álcool em gel, produtos à base de cloro, máscara... Os hábitos de higiene estão redobrados e nunca são demais neste momento", afirma.

Ana Marcela também realizou exames para cumprir o protocolo do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e poder retornar aos treinos em breve. No Rio, o mar foi aberto apenas aos surfistas. "O jeito é se cuidar muito e acreditar que logo o mundo estará protegido por meio de uma vacina."

Ana Marcela Cunha usa o aparelho ergonômico chamado "VASA"
Ana Marcela Cunha usa o aparelho ergonômico chamado "VASA"
Foto: Divulgação / Estadão

A próxima missão da brasileira deve acontecer em setembro, no Madeira Island Ultra-Swim (MIUS), na Ilha da Madeira, em Portugal. A competição faz parte do Missão Europa, projeto financiado pelo COB que levará atletas para treinarem durante a pandemia.

O evento, organizado pela Associação de Natação da Madeira, integra provas em distâncias de 30km, 20km, 10km e 5km, todas elas em formato linear, non-stop, e, no âmbito da promoção da modalidade, haverá ainda uma prova na distância de 1km. As provas, com chegada no Funchal, têm partida em diferentes locais para cada distância: Calheta (30km), Ribeira Brava (20km), Câmara de Lobos (10km), Porto Gorda (5km) e Barreirinha (1km).

Estadão
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