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Olha Ele! F. Conceição explica adeus aos 32 e quer parceria com Real

31 mar 2012 - 09h03
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Dassler Marques

Flávio Conceição surgiu para o futebol quando Mazinho se preparava para a aposentadoria e parecia a reencarnação do volante com qualidade de meia e fôlego de lateral no meio-campo do Palmeiras e da Seleção Brasileira. Trilhou carreira de brilho no Brasil e passou oito temporadas em alto nível na Espanha: metade do tempo no Deportivo La Coruña que seria campeão espanhol e outra como um dos pulmões de um time cheio de craques no Real Madrid.

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E é justamente no clube onde viveu seu último grande momento no futebol que Flávio Conceição, 37 anos, pretende fazer decolar seu novo negócio. Ele fundou o Nova Odessa Atlético Clube em cidade vizinha a Americana, onde pintou como revelação do Rio Branco em 1992. Flávio pretende formar talentos e levá-los ao Real Madrid. Falta colocar a ideia em prática.

Essa é a principal aposta do ex-volante que perdeu a Copa do Mundo de 1998 por se machucar e deixou de jogar com 32 anos, em 2006, mesmo sem ter tido lesões importantes. Flávio Conceição conta o porquê de parar tão cedo e mais sobre suas atividades, como loja de roupas, estacionamento e um projeto social em fase de implantação.

Confira a entrevista com Flávio Conceição na íntegra:

Terra - O que tem feito desde que parou de jogar?
Flávio Conceição - Atuo mais na parte de construção. E há um ano mais ou menos, comprei um clube, o Nova Odessa. No ano que vem, queremos jogar a Série B (quarta divisão paulista) ou nas categorias de base.

Terra - Como funciona esse trabalho com o Nova Odessa?
Flávio Conceição - É com base. No ano retrasado, já trabalhamos com a molecada e tivemos 29 jogadores alojados. Trouxemos gente do Maranhão, Tocantins, Porto Alegre e aí demos uma parada para reestruturar. O objetivo é trabalhar com a molecada, com a base, para revelar.

Terra - Você foi convidado a voltar a jogar pelo Rio Branco?
Flávio Conceição - Houve um convite em 2006, mas como eu tinha outro convite do Fluminense, viajei ao Rio para conversar e infelizmente não chegamos a um acordo. Depois toquei meus negócios e falei "meu, acho que já deu".

Terra - Você também desenvolve um projeto social em Americana?
Flávio Conceição - A gente disputa campeonatos regionais com o Nova Odessa e também tem esse trabalho social. Ainda estamos conversando com a prefeitura por um espaço, um campo, mas temos que esperar a boa vontade deles. Hoje em dia todo mundo faz esse tipo de projeto pensando no lucro, mas queremos é tirar a molecada da rua para não pensarem em drogas. Se não for jogador, você vai tentar formar um cidadão.

Terra - Por que você parou de jogar tão cedo, aos 32 anos?
Flávio Conceição - Por vontade própria. Quando você perde o foco, o tesão de jogar bola, tem que pendurar a chuteira. Mas não foi nenhum tipo de lesão, foi mais dificuldade de meus filhos na escola e acho que o momento erra esse, de parar por cima. Achei melhor pendurar as botas.

Terra - Foram oito anos na Espanha. Você ainda tem laços por lá?
Flávio Conceição - Eu tenho a minha casa por lá e sempre que posso vou lá. Também estou em contato com o Real Madrid porque tentamos colocar um projeto lá. No mês que vem, vou ao Real já visando esse projeto com o meu clube. Também há uma possibilidade no Borussia Dortmund, que vou visitar.

Terra - Na prática, como isso funcionaria? Alguém já deu sinal verde?
Flávio Conceição - Ainda não responderam, mas tive uma conversa breve e rápida com o (Jorge) Valdano, que acabou saindo de lá (ex-diretor esportivo). Ele achou a ideia muito boa e agora tenho que formatar para levar no papel.

Terra - Você atuou no Palmeiras de 94 e 96. Qual era o melhor?
Flávio Conceição - Acho que o de 94. Com Mazinho, Sampaio, Zinho, Evair, o Cláudio na lateral também. Não que o outro não seja bom, mas na minha opinião o de 93 e 94. Os dois times eram fantásticos.

Terra - Você jogou com Djalminha e Rivaldo no Palmeiras e no La Coruña. Qual era melhor?
Flávio Conceição - A forma de jogar é diferente. Djalminha é qualidade técnica, o Rivaldo é mais objetivo e finalizador. Mas como falar deles? São dois craques, não tem o que falar.

Terra - Como era o vestiário do time de galácticos no Real Madrid? Se diz muito das diferenças entre espanhóis e estrangeiros.
Flávio Conceição - Nunca senti esse tipo de coisa e sempre me trataram bem. Mas era um vestiário em que os jogadores se encontravam para treinar e jogar. Não é como os brasileiros, que saem para jantar, que você convida as famílias para a casa de um amigo. Ali só se encontrava para treinar. O vestiário era dos mais difíceis.

Terra - De todos no Real, qual deu mais prazer de jogar ao lado?
Flávio Conceição - Foram anos fantásticos no Real. Mas tive a oportunidade de jogar com Zidane, que para mim foi o melhor.

Flávio Conceição
Flávio Conceição
Foto: Câmara Municipal de Americana / Divulgação
Fonte: Terra
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