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"Nunca tive censura na Globo", diz Casagrande

Comentarista planeja trabalhar na Copa do Catar e descarta subir em palanque na eleição

7 jul 2022 - 09h16
(atualizado às 09h16)
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Casagrande alegou desgaste na relação com diretores
Casagrande alegou desgaste na relação com diretores
Foto: Reinaldo Marques / TV Globo

A saída de Walter Casagrande Jr. da Globo após 25 anos supreendeu muita gente. Porém, o ex-jogador e atual comentarista esportivo encara a decisão como um caminho natural. Ele diz que pegou a "era de ouro da Globo" e "não tem do que reclamar".

Em entrevista para Cristina Padiglione, da 'Folha de S. Paulo', Casagrande falou sobre o desgaste da relação com a direção da Globo, afirmou não ser amgigo pessoal de Caio Ribeiro, descarta subir em palanque político e diz que vai ser contra o governo Bolsonaro até o final da vida.

O ídolo corintiano diz que "nunca sofreu censura na Globo" e explicou porque classificou como alívio para os dois lados a sua saída da Globo.

"Mudou a direção, mudou o modo de dirigir e mudou também o tipo de escolhas dessa direção, né? Então, o alívio que eu digo é assim: talvez o meu perfil estivesse pesado para esse novo modo de dirigir o esporte. E para mim também ficou pesado porque eu sou desse jeito, cara, eu não ia conseguir mudar o meu modo, eu sou crítico, eu sou muito realista nas minhas críticas. Por exemplo, a seleção brasileira: eu sou crítico realista. Pra mim, [a Seleção] não jogou contra ninguém até agora, eu não consigo dizer que é favorita. O caso do Neymar: faz quatro anos que ele não joga nada. Os últimos dois anos foram péssimos, muitas contusões, nessa Copa dos Campeões ele não fez nenhum gol, o PSG está querendo que ele saia e eu sou crítico", afirmou.

"Fui comentarista oficial da seleção brasileira desde 1999 até 2019, por 20 anos. Eu entrei na Globo em julho de 97, então eu faria 25 anos agora. Eu fiquei de 1996 até metade de 97 na ESPN. E aí eu fui pra TV Globo. Eu peguei talvez assim um momento de ouro no esporte da TV Globo e da TV Globo como um todo. Vários eventos, vários campeonatos, tudo no local, viajei o mundo todo fazendo seleção brasileira, fiz olimpíada de Sidney, fiz seis Copas do Mundo, cinco finais, tudo lá, no local", completou.

Casagrande afirmou que nunca soube se as suas fortes opiniões políticos incomodavam alguém na Globo: "As minhas opiniões são bem claras, seria até absurdo eu não falar nada porque todo mundo sabe o que eu penso. Se acontece uma determinada situação e eu não falo nada, as pessoas vão dizer: ‘pô, tô esperando esse cara falar alguma coisa e ele não vai dizer?’".

O posicionamento de Casagrande ficou claro e gerou controvérsia com Caio Ribeiro em 2020, quando o ex-sãopaulino criticou uma manifestação política de Rai, então dirigente do São Paulo, contra Jair Bolsonaro. Casão diz que tudo foi resolvido no programa, mas que os dois não são amigos. 

"Nós não ficamos com nenhuma pendência. Nós não somos amigos, somos muito diferentes, pensamos totalmente diferente, mas temos uma relação cordial, convivemos muito bem", explicou.

Durante a entrevista, Casagrande declarou voto no PT na próxima eleição, mas descartou subir em qualquer palanque eleitoral e reforçou as críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL).

"Eu sou contra o governo Bolsonaro até o fim da minha vida. Eles estão destruindo o país, na parte política, na parte social, destruindo a Amazônia, destruindo os indígenas, o pessoal tá morrendo de fome e o cara fica gastando dinheiro em motociata. Então, eu sou contra corrupção do MEC, machismo, homofobia, racismo, não posso ser a favor de uma coisa dessas", declarou.

Fonte: Redação Terra
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