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Libertadores

Vento e sem banho: os bastidores da suada vitória tricolor

Não é desculpa de jogador: venta muito mesmo em Montevidéu. E o estádio é tão acanhado que o time foi embora sem tomar banho

16 abr 2015 - 08h39
(atualizado às 08h42)
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Não foi apenas a cabeçada certeira de Centurión, já nos acréscimos do segundo tempo, que fez da vitória do São Paulo por 2 a 1 contra o Danubio, no Uruguai, algo heroico para inflar os ânimos da equipe e da comissão técnica. Os bastidores da partida no acanhado Estádio Luis Franzini trazem detalhes de um time que, se não apresentou um futebol convincente, sem dúvida superou uma série de obstáculos que, até o apito final, pareciam intransponíveis.

Rogério Ceni disse que o fortíssimo vento de Montevidéu o atrapalhou no lance do gol do Danubio
Rogério Ceni disse que o fortíssimo vento de Montevidéu o atrapalhou no lance do gol do Danubio
Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC / Divulgação

Pode até parecer desculpa de goleiro que falhou em lance, ou de lateral que não consegue cruzar a bola direito. O fato, porém, é que venta demais em Montevidéu – lembrando que a capital uruguaia fica bem no sul do continente sul-americano. De alguns brasileiros residentes, a reportagem do Terra ouviu que, sem exageros, a prefeitura local coloca às vezes cordas nas ruas para as pessoas as atravessem.

Sendo assim, como o estádio pertencente ao Defensor Sporting é muito pequeno, e nem de longe tem estrutura para aparar as correntes de ar, ficou claro que a explicação de Rogério Ceni para o gol do Danubio é bem pertinente. "Eu não vi a bola saindo. Quando eu procurei e achei, estava ventando muito, eu fui para o lado esquerdo, e ela foi para o meio. Infelizmente, eu não consegui pegar a bola", explicou o goleiro e capitão tricolor, logo após a saída de campo.

"As condições hoje eram totalmente desfavoráveis. O campo é seco, a bola quica todo o tempo. Estava ventando demais, você tira a precisão de passe, de cruzamento, então a lógica do jogo foge um pouco", completou.

Na mesma linha de pensamento meteorológico, com razão, veio Alexandre Pato. "A gente sabia que não seria fácil, as condições do campo não são as ideais. Estamos acostumados a jogar sem esse vento todo e num campo melhor. Mas a gente lutou até o final para sair com a vitória", disse o autor do primeiro gol.

E olha que não foi só isso. Não bastassem os poucos, mas barulhentos torcedores do Danubio, muitos brasileiros foram ao estádio ver a partida. E alguns deles eram corintianos, que xingaram os são-paulinos e "cornetaram" a equipe o tempo todo. Sem falar no gandula que, segundo Rogério Ceni, "não devolvia a bola e ainda tinha um pedação de pau na mão".

Alexandre Pato, que fez o primeiro do São Paulo, também reclamou da qualidade do gramado
Alexandre Pato, que fez o primeiro do São Paulo, também reclamou da qualidade do gramado
Foto: Andres Stapff / Reuters

A cereja do bolo foi o fato de que o time, diante da falta de chuveiros de um vestiário no qual mal cabia todo o elenco, ter ido embora sem tomar banho. Foi todo mundo suado para o hotel. Talvez por isso Michel Bastos, ao dar a sua segunda assistência para o gol decisivo de Centurión, tenha se ajoelhado no gramado e agradecido com tanta veemência, já aos 46min do segundo tempo.

"Eu estava cansado, tinha vontade de correr e ir lá abraçar ele (Centurión)", disse Michel. "Mas no momento eu só tinha forças para agradecer a Deus. A gente está batalhando bastante e mostrando que somos uma equipe de qualidade. Eu acho que isso prova que, numa competição como a Libertadores, você tem que acreditar até o último minuto".

Fonte: Terra
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