Corinthians minimiza relação com organizadas e descarta ajuda
Doze torcedores do Corinthians foram detidos em Oruro por conta da morte de Kevin Douglas Beltrán Espada, torcedor de 14 anos que não resistiu após ser alvejado com um sinalizador disparado pela torcida do time paulista na noite da última quarta-feira, no Estadio José Bermúdez, durante empate por 1 a 1 com o San José. Entre o grupo que foi preso pela polícia boliviana, há membros de torcidas organizadas. Nesta quinta, o presidente do clube, Mário Gobbi, falou sobre o caso, mas evitou se estender sobre as relações com as facções.
"O Corinthians tem uma relação com sua torcida igual de todos os outros clubes. De respeito, diálogo, ambos querem ganhar, nada mais", disse o dirigente no CT Joaquim Grava. Entre os detidos está Tadeu Macedo Andrade, da Gaviões da Fiel, e integrantes da Pavilhão 9.
A relação entre Corinthians e organizadas foi tema recorrente na entrevista e chegou a provocar a irritação de Gobbi. O dirigente ainda descartou ajuda do clube para os detidos e insistiu que a embaixada brasileira está prestando auxílio para os torcedores que seguem em Oruro na delegacia local.
"Todos os clubes mantêm relações com as torcidas, e eu como presidente não posso por uma placa de 'não atendo' na minha porta. O radicalismo não leva a lugar algum. Piora as coisas e torna tudo muito mais difícil. Eles são uma realidade, tanto é que existe um lugar reservado para eles nos estádios", lembrou o presidente do Corinthians, que negou que o clube ajude ou financie viagens das organizadas.
"Aqueles ingressos que são reservados para organizadas, elas compram daquele lote. Só, mais nada. Se quiserem abrir para cada um sentar onde quer, sou favorável, que fiquem à vontade. Quem quer ir a jogo do Corinthians, tem que pagar ingresso, seja organizado ou desorganizado. Apenas por questão de segurança se determinou que as organizadas ficassem em lugar demarcado, não fui eu que demarquei", disse Gobbi, para a seguir se irritar ao ouvir nova pergunta sobre ajuda financeira do Corinthians às torcidas.
"O Corinthians não participa de financiamento de viagem. Quem quer ver o Corinthians paga ingresso. Acabei de responder", retrucou o presidente.