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Campeonato Italiano

Mil mulheres, 43 técnicos e 36 demissões; conheça dono do Palermo

12 mar 2013 - 08h22
(atualizado às 09h17)
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<p>Rei dos supermercados na Itália, Maurizio Zamparini já demitiu técnicos por 36 vezes em pouco menos de 26 anos no futebol</p>
Rei dos supermercados na Itália, Maurizio Zamparini já demitiu técnicos por 36 vezes em pouco menos de 26 anos no futebol
Foto: Getty Images

Vinte e seis anos no futebol, 43 técnicos e 36 demissões. Esses são os números do presidente do Palermo, Maurizio Zamparini, que acaba de bater o seu próprio recorde ao promover a quarta troca de treinador em apenas uma temporada. Lanterna do Campeonato Italiano com 21 pontos, o clube da Sicília tem dez rodadas para tentar fugir do rebaixamento e desde esta terça-feira é comandado por Giuseppe Sannino.

O nome de Sannino não é novo no Palermo. Ele havia dirigido o time nas três primeiras rodadas da atual edição do Italiano, sendo demitido por Zamparini em 16 de setembro. Depois disso, Gian Piero Gasperini foi contratado e substituído por Alberto Malesani em 4 de fevereiro. Vinte dias depois, nova troca, com o retorno de Gasperini. Após dois jogos e um empate e uma derrota no Nacional, Gian Piero foi dispensado novamente na última segunda-feira. Sannino, que jamais chegou a ter o contrato rescindido, voltou ao comando. 

Trocas são comuns na carreira de Zamparini no futebol. Segundo levantamento do jornal italiano La Gazzetta dello Sport, 43 técnicos trabalharam com o dirigente, que demitiu treinadores 36 vezes. Profissionais ouvidos pelo diário, os quais não quiserem se identificar, chegaram a comparar o relacionamento do presidente com seus técnicos ao de um homem com uma mulher.

Zamparini teria “atração” por treinadores, gostando de “conquistá-los e mimá-los”. Ele seria um “grande sedutor”, segundo a definição usada, que assim como aconteceu com Gasperini já dispensou treinadores para depois lhes dar uma segunda chance. Francesco Guidolin, atualmente na Udinese, totalizou quatro passagens no Palermo entre janeiro de 2004 e março de 2008 – as idas e vindas são motivadas também pela regra que impede um profissional de comandar duas equipes na mesma temporada do futebol italiano.

<p>Hoje no Santos, meia João Pedro (à esq.) deixou Palermo em busca de mais oportunidades e destaca Zamparini como paizão</p>
Hoje no Santos, meia João Pedro (à esq.) deixou Palermo em busca de mais oportunidades e destaca Zamparini como paizão
Foto: Getty Images

“Todo mundo falava de ele ser durão”, afirma ao Terra o meia brasileiro João Pedro, 21 anos. Ele admite que conhecia essa “fama” de Zamparini e que se surpreendeu com a recepção quando se transferiu do Atlético-MG para o Palermo, em 2010: “comigo ele sempre foi um ‘paizão’. A adaptação foi difícil, e ele foi um dos caras que mais me ajudaram. Me dava muitos conselhos, dizia para eu esperar meu momento, ter paciência”.

João Pedro esteve ligado ao Palermo por dois anos e viu o time viver grande fase: em 2010 ocupou a quinta posição no Campeonato Italiano, a melhor da história, a dois pontos da vaga na Liga dos Campeões da Europa; e em 2011 foi vice-campeão da Copa da Itália. Na época o time era dirigido por Delio Rossi, que permaneceu no clube de 2009 a 2011 e também não escapou da “guilhotina” do presidente: foi demitido em fevereiro de 2011, substituído por Serse Cosmi, voltou ao comando dois meses depois e saiu novamente ao fim da temporada.

“Querendo ou não ele (Zamparini) mudou muito o Palermo, que era uma equipe de Série B e disputou a Liga Europa, foi finalista da Copa da Itália. Ele ajudou muito”, diz João Pedro, que após ser emprestado ao Vitória de Guimarães e ao Peñarol se desligou do Palermo em 2012 e atualmente está no Santos, com o qual tem contrato até o fim de 2014.

<p>Saninno (à dir.) dirigiu o Palermo por 3 jogos no Campeonato Italiano e retornou ao clube</p>
Saninno (à dir.) dirigiu o Palermo por 3 jogos no Campeonato Italiano e retornou ao clube
Foto: Getty Images

Zamparini, 71 anos, é um empreendedor italiano com investimento em vários setores, em especial no de supermercados. Natural de Friuli, no norte do país, iniciou a carreira no futebol em 1987, quando comprou o Venezia. Durante o período no clube, em 2001, chegou a demitir Cesare Prandelli, atual comandante da seleção da Itália, que à Gazzetta dello Sport define o dirigente como uma “pessoa extraordinária, simpática e carismática – até que não se fale de futebol”.

Em 2002, Zamparini adquiriu o pacote acionário majoritário do Palermo por 15 milhões de euros. Dois anos depois, o clube, fundado em 1900, voltou à Série A e fatalmente será rebaixado nesta temporada: foi isso o que o próprio dirigente previu no último domingo, após a derrota por 2 a 1 em casa em confronto direto com o Siena.

“É uma loucura pensar que vamos nos salvar. Precisaríamos ter ajuda da sorte e que os nossos jogadores, em vez de preguiçosos, fossem homens”, disse, nutrindo pouca esperança apesar da velha novidade chamada Sannino. Zamparini deve mimar e conquistar o treinador – até que de repente o troque por outro. Em 2012 o empresário dizia que havia tido “mais de 1 mil mulheres na vida”, mas “há mais de dez anos” era “monógamo”. Resta saber se o segundo "casamento" com Sannino será duradouro.

Campeonatos europeus ao vivo

O Terra exibe ao vivo via internet para o Brasil todas as partidas da Liga Europa nas temporadas de 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015, sendo o único meio de comunicação do País a transmitir ao vivo os 205 jogos da competição. As transmissões são disponibilizadas em alta definição (HD) e padrão standard, inclusive para tablets e smartphones.

Além da Liga Europa, os internautas podem acompanhar ao vivo jogos de competições importantes do Velho Continente, como os Campeonatos Alemão, Russo, Português e Grego.

Fonte: Terra
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