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Federação Turca de Futebol suspende 149 juízes por suposto envolvimento em escândalo de apostas

Entidade havia descoberto 371 juízes com contas em plataformas de bet; sanção envolve suspensão de 8 a 12 meses

31 out 2025 - 16h25
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A Federação Turca de Futebol suspendeu 149 árbitros e assistentes por sua suposta ligação com escândalo de apostas junto às ligas profissionais de futebol. A entidade informou nesta sexta-feira que decidiu impor sanções de oito a doze meses aos envolvidos, enquanto as investigações continuam contra outros três.

"A reputação do futebol turco é construída sobre a santidade do esforço em campo e a integridade inabalável da justiça. Qualquer ato que traia esses valores não é apenas uma violação das regras, mas uma quebra de confiança", disse o presidente da federação, Ibrahim Hacsosmanoglu, em um comunicado.

"Investigações recentes revelaram que alguns árbitros tinham ligações com atividades de apostas de uma forma completamente incompatível com o espírito do futebol. Isso não é apenas uma violação, é um abuso que fere consciências e envenena a justiça", acrescentou.

Hacoosmanoglu anunciou na segunda-feira que agências governamentais determinaram que 371 dos 571 árbitros em atividade possuíam pelo menos uma conta em uma casa de apostas. Ele afirmou que 152 árbitros com contas fizeram apostas em jogos de futebol, incluindo sete árbitros principais e 15 árbitros assistentes principais.

Hacoosmanoglu comentou que 10 árbitros fizeram apostas em mais de 10.000 partidas cada um ao longo de cinco anos, enquanto alguns fizeram apenas uma aposta. Um árbitro é acusado de ter apostado em 18.227 partidas.

Citando fontes judiciais, o jornal Habertürk informou que investigações também estão em andamento contra clubes e jogadores. Segundo o jornal, cerca de 3.700 jogadores estão sob investigação.

Brasil tem práticas avançadas no combate a apostas ilegais, dizem especialistas

No Brasil, o combate à manipulação tem sido constante. Recentemente, o país formalizou um pedido para fazer parte do acordo da Convenção de Macolin, em Paris, na França. O tratado é o único do esporte mundial de combate, prevenção e punição à manipulação de resultados no esporte. Apenas 50 países fazem parte deste movimento, que passou a vigorar a partir de 2019. Foi ratificada por França, Grécia, Islândia, Itália, Lituânia, Noruega, Portugal, República da Moldávia, Suíça e Ucrânia, e assinada por outros 32 Estados europeus, além de pela Austrália e Marrocos.

"Esses movimentos colocam o Brasil como um dos países que mais tem avançado neste sentido com práticas que inibem de forma quase que automática a ilegalidade. Até mesmo antes da regulamentação, que no País aconteceu em janeiro deste ano, as bets, federações e confederações vêm firmando parcerias sólidas com diferentes órgãos internacionais e de integridade esportiva", aponta Bernardo Cavalcanti Freire, consultor jurídico da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) e sócio da empresa Betlaw, escritório especializado no mercado de bets.

"Trata-se de um cerco cada vez mais eficiente e que tende a se fortalecer com o tempo", complemetna Cristiano Caús, sócio responsável pela área de Direito Desportivo do CCLA Advogados.

Para Talita Garcez, sócia do Garcez Advogados e Associados, escritório especializado em Direito Desportivo, o mercado regulado cria uma obrigação das empresas autorizadas de denunciarem possíveis casos de manipulação de resultados. "Isso fez com que muitos casos em todo o mundo e especialmente no Brasil, como do Bruno Henrique, fossem julgados. Se o Brasil não tivesse regulado o mercado de apostas, com todas as empresas atuando sem autorização como era até antes de 2023, seria muito mais difícil identificar esse caso", exemplifica.

Estadão
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