Série C do Rio de Janeiro tem 87 gols fantasmas
A Terceira Divisão do Rio chega à metade do segundo turno com números que saltam aos olhos. A média de gols é de 3,05 por jogo, mais alta, por exemplo que 46 das 47 edições do Campeonato Brasileiro desde 1971. Mas isso não se dá por causa de atuações destacadas de seus atacantes. Um porcentual razoável da façanha dos clubes da Série C do Carioca tem razão no excesso de jogos decididos por WO na competição – 26 até agora.
Como estabelece a legislação esportiva, o WO infringe à equipe responsável pela não realização da partida uma derrota pelo placar de 3 a 0. Isso é computado no saldo de gols. Já são 23 casos assim.
Acrescentam-se a esses dados mais três jogos em que os dois times foram punidos pelo não comparecimento ao estádio. Trata-se dessa forma de WO duplo, em que cada qual perde a partida por 3 a 0. Ou seja, o campeonato ganha seis gols em situações como essas.
A soma de todos esses WOs resulta em 87 gols fantasmas – aqueles que estão na tabela, mas que ninguém viu. Essa punição tem ocorrido na Série C do Rio por vários motivos: ausência das equipes, falta de médico ou de ambulância nos estádios.
Até mesmo o time de melhor campanha, o Pérolas Negra, já sofreu uma derrota por 3 a 0 (para o Campos) por WO. Foi em primeiro de outubro, quando a diretoria do clube não providenciou ambulância equipada com medicamentos e instrumentos obrigatórios para o jogo que seria realizado em Paty de Alferes, no interior do Estado.
Na oportunidade, as duas equipes chagaram a entrar em campo e se perfilaram para a execução do hino nacional, diante de 200 torcedores, na arquibancada. O árbitro aguardou 30 minutos regulamentares, e ainda deu mais 15 minutos por conta própria, a fim de que o problema fosse resolvido. Depois disso, a partida acabou sem começar, com vitória do Campos por 3 a 0.
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