Dunga critica busca da CBF por estrangeiro: 'É uma vergonha esses caras recusando a seleção'
Tetracampeão do mundo discute o momento do futebol brasileiro e a negociação com Carlo Ancelotti
Tetracampeão em 1994 e ex-técnico do Brasil, Dunga gerou polêmica na noite desta segunda-feira ao criticar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a novela envolvendo a negociação entre Carlo Ancelotti e a seleção brasileira. O italiano, que comanda o Real Madrid, continua como o primeiro nome na lista de Ednaldo Rodrigues, mesmo após o "não" da semana passada.
"Antigamente, se perguntassem: 'Quer treinar a seleção brasileira?', teria uma fila aqui. 'Quer jogar na seleção brasileira?', teríamos uns cinco aviões. É uma vergonha os caras recusando a seleção brasileira. Fica até constrangedor para nós, que jogamos, chegar à Europa e falar isso", comentou Dunga, durante participação no programa "Galvão e Amigos", da Band.
Na sequência, o ex-volante afirmou que sua preferência seria por um treinador brasileiro, que deveria contar com o respaldo de cinco auxiliares campeões do mundo.
"Acho que deveria ser um treinador brasileiro. Óbvio que, se vem um Ancelotti, está perfeito... Mas o que ele conhece da cultura brasileira? Quando vier para a seleção, a cobrança, a insistência... No momento em que está, nessa confusão, ele vai ficar meio perdido, porque não sabe com quem falar, com quem se orientar. Acho que um treinador brasileiro, que conhece o mercado, mais quatro ou cinco jogadores campeões do mundo para respaldar... E deixar quem é do futebol comandar o futebol", concluiu.
Dunga teve duas passagens como técnico da seleção brasileira. Na primeira, entre 2006 e 2010, conquistou a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009, mas foi eliminado nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010.
O capitão do tetra comandou o Internacional em 2013. Dunga assumiu a equipe em dezembro de 2012 e permaneceu no cargo até outubro de 2013, conquistando o Campeonato Gaúcho.
O retorno à seleção brasileira aconteceu em 2014, mas Dunga foi demitido em 2016, após as eliminações na Copa América de 2015 e na fase de grupos da Copa América Centenária de 2016. Desde então, ele não comandou mais nenhuma equipe.
