Sem elevador, deficiente reclama de acessibilidade no Mineirão
Pouco antes da Copa das Confederações, no ano passado, o Mineirão chegou a ser ameaçado de interdição pelo Ministério Público por problemas de acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida. Apesar disso, a Justiça liberou o estádio, palco de seis jogos da Copa do Mundo deste ano. Mesmo assim, na primeira partida em Belo Horizonte, entre Colômbia e Grécia, houve relatos desse mesmo problema.
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Luciana Louzeiro, 40 anos, disse à reportagem do Terra, que, ao chegar no estádio, voluntários afirmaram que os elevadores estavam quebrados e que ela teria que “dar um jeito” de chegar ao seu assento.
“Tive problemas desde o início, apesar de ter ganho credencial pra parar o carro no estacionamento. A partir daí, após passar pelo detector de metal, tive que andar quase 100 metros pra pegar um carrinho e chegar a um portão, que ainda não era o meu. Depois disso tive que andar mais 100 metros para chegar ao meu portão, que era o C”, contou Luciana, que anda com ajuda de duas muletas após um acidente em que fraturou sua coluna há 14 anos.
Aposentada, ela conta que perguntou aos voluntários se havia uma cadeira de rodas para poder se locomover com mais facilidade, já que o Mineirão tem diversas escadas. “Me falaram que a cadeira só era usada para um caso de emergência. Para eles aquilo não era emergência. Depois disso peguei uma fila grande com pessoas que não eram deficientes”, lembrou.
Ao se deparar com quatro lances de escada, Luciana pediu ao seu irmão que procurasse um elevador. “Chegando lá os voluntários falaram que o elevador estava desligado ou com defeito e que eu tinha que arrumar um jeito. Meu irmão falou com a polícia e eles pediram para que os policiais subissem para me ajudar a descer”, contou. Os policiais então a carregaram e levaram ao assento descrito no ingresso.
“Quando meu irmão desceu pra perguntar porque não tinha elevador, eles alegaram que meu ingresso não era pra deficiente com dificuldade de locomoção, mas sim pra idoso ou obeso. Eles falaram isso e não resolveram o assunto. Se não fosse a polícia eu ainda estaria lá”, desabafou Luciana.
Ao ir embora, ela afirmou ter passado pelos mesmos problemas, tendo que pedir novamente ajuda aos policiais. “Fiquei revoltada. Sou tranquila com essa situação e às vezes até entendo, mas não entendo porque não fazem as coisas da maneira certa. As pessoas passavam e ficavam indignadas com a falta do elevador. Fiquei revoltada e triste, por saber paguei caro e chega na hora não tem padrão Fifa, como dizem. Na Europa ou outro lugar não aconteceria isso”, disse.
Luciana terá mais dois jogos pela frente no Mineirão nesta Copa do Mundo. Ela comprou ingressos para as oitavas de final, jogo que poderá ter a Seleção Brasileira na capital mineira caso se classifique em primeiro do Grupo A, e para semifinal. Porém, ela disse que tentará trocar os ingressos para um assento mais apropriado.
“Minha preocupação é tentar trocar os ingressos. Explicar que não tem como chegar a esse local, mas se não tiver jeito eu vou porque pode ser que seja o jogo do Brasil. A euforia vai ser maior. Vou tentar ir. Espero que esteja melhor”, completou.
A reportagem do Terra tentou entrar em contato com a Fifa, responsável pelo evento. Porém, até a publicação dessa matéria, o órgão não respondeu.