Neymar e Daniel Alves adotam corte militar na Copa
Nos EUA, o nome do corte de cabelo adotado pelos jogadores da Seleção é Hitler Youth, ou seja, "juventude hitlerista"
Os cabelos dos jogadores da Copa do Mundo são uma atração à parte nas partidas. Há os tipo black power, com tranças ou totalmente raspados. Mas um corte especial tem chamado a atenção, não porque seja novo, muito pelo contrário, mas porque tem sido adotado por vários atletas de todas as partes do mundo: o corte militar, ou aqui também chamado de corte reco. Raspado com máquina 1 ou zero nas laterais, e com topetinho de várias alturas, o corte mereceu até matéria no New York Times há três anos, por conta do nome adotado nos EUA: Hitler Youth, ou seja, "juventude hitlerista".
Ok, vários jogadores alemães também adotaram o corte, mas o nome politicamente incorreto dos americanos não retrata nenhuma ligação com o nazismo. O mesmo texto do NYT falava que o estilo era adotado por homens do mundo todo, e apenas nos EUA esta denominação pegou. Soldados, tanto alemães, quanto italianos e aliados, inclusive americanos, usaram na Segunda Guerra, mas muitos homens cortavam os fios dessa forma na década de 30, sendo ou não do exército, marinha ou aeronáutica. Ainda hoje, o corte é adotado por militares, quando optam por não raspar todo o couro cabeludo. “Os militares não estão ligados no estilo ou para lançar moda, mas ao fato de ser prático”, afirma Júnior Carvalho, cabeleireiro da rede C.Kamura, de São Paulo.
Vários estilos
Os jogadores, de Neymar a Dani Alves, passando por alemães, belgas, argentinos, italianos, ingleses, croatas, bósnios, japoneses, russos, holandeses e outros usam por dois motivos: mostrar estilo próprio (e que será copiado por milhares de garotos mundo afora) e praticidade, como os militares. Os estilos variam. Surgem com topete com fios mais longos, como de Neymar, que mostra opção bem moderninha, até os tradicionais, mais curtinhos e com lateral raspada bem alta.
De acordo com o profissional da equipe de Celso Kamura, este tipo de corte rejuvenesce e disfarça possíveis assimetrias na cabeça. “Algumas pessoas têm a cabeça angulosa, o que às vezes não fica bem se raspar tudo. O corte com cabelo no topo padroniza o formato”, afirma Júnior.
O barbeiro Marinho, ex-integrante da banda Pavilhão 9 e responsável pela barbearia instalada na loja da Cavalera, nos Jardins, em São Paulo, lembra que muita gente está pedindo o corte já há algum tempo. “Não é só por causa da Copa”, afirma, ao concordar que é um estilo muito prático. Marinho diz que o que está em alta também é o “razor part”, ou seja, quando a faixa lateral do cabelo é feita já na hora do corte com a máquina, deixando mais em evidência a divisão dos fios para o lado. Entre os jogadores que usam esse recurso está o argentino Agüero.
Manutenção
Junior e Marinho afirmam que a manutenção do corte deve ser feita a cada duas ou três semanas. As laterais costumam ser aparadas em 15 dias; já o topete, dependendo do tipo de cabelo, pode levar uns 20 dias. “Às vezes, só se repassa a máquina 1 ou zero do lado”, afirma Júnior.
Para pentear o topete, Júnior recomenda sempre usar cera modeladora do que gel, que deixa os fios duros. “Com a cera, é possível modelar deixando os cabelos mais maleáveis. Dá para mexer, passar a mão; com gel, não.” Marinho também aconselha usar produtos para modelagem à base de água e não de petróleo, substância presente em muitos géis. “Se o homem transpira, os de petróleo dão a sensação de oleosidade nos fios”, explica.
Ambos são unânimes ao afirmar que o corte pode ser adotado por quem tem cabelos lisos ou crespos e a altura do topete vai depender do estilo de cada homem. “Os que têm cabelos muito crespos costumam fazer um relaxamento nos fios para ficar mais fácil de modelá-los”, disse Júnior. Segundo Marinho, muitos homens combinam o corte com barba.
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