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Copa: Curitiba supera críticas e atraso para receber elogios

28 jun 2014 - 08h09
(atualizado às 08h10)
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Assim como as cidades-sede Natal, Manaus e Cuiabá, a capital paranaense fechou sua participação na Copa do Mundo na primeira fase da competição, sem receber partidas nas fases seguintes – famosas pelo “mata-mata”. O balanço de Curitiba, no geral, foi muito positivo neste Mundial. Tanto a Arena da Baixada, que chegou a ficar perto de ser excluída do torneio em meados de fevereiro, quanto o restante da cidade tiveram uma avaliação promissora, com poucos aspectos a serem melhorados no decorrer.

O coordenador geral da Copa do Mundo em Curitiba, Mario Celso Cunha, parabenizou a cidade pelo desempenho nestes dez dias, nos quais foram disputados na cidade quatro jogos. “Vejo que deu tudo muito certo, superando nossas expectativas. Em todos os aspectos. Curitiba está sim de parabéns”, elogiou.

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O empate por 1 a 1 entre Argélia e Rússia, no dia 26, finalizou a sequência de partidas na capital. A classificação inédita dos africanos as oitavas de final, com muita festa no estádio, coroou a organização paranaense na Copa. “Foi um sucesso total, tudo deu muito certo novamente. Fizemos nossa parte e a festa da Argélia finalizou tudo isso, bem bacana. O povo curitibano está de parabéns por tudo que aconteceu neste Mundial”, completou Reginaldo Cordeiro, secretário municipal da Copa.

Arena da Baixada passa no teste, mas tem ressalvas

Segundo reportagem, jogo entre Nigéria e Irã deixou campo como "uma plantação de batatas"
Segundo reportagem, jogo entre Nigéria e Irã deixou campo como "uma plantação de batatas"
Foto: AFP

Um dos últimos estádios a ser concluído, a Arena da Baixada teve boa avaliação nesta Copa. Orçada em R$ 330 milhões, o estádio do Atlético-PR volta ao clube, que só vai poder jogar na reformada casa em setembro, devido à briga de torcidas na última rodada da Série A de 2013, diante do Vasco, em Joinville, que resultou na perda de nove mando de campo (cinco a 100 km de Curitiba e quatro com portões fechados).

O ponto crítico e que precisa ser melhorado até lá é o gramado, que nas quatro partidas realizadas teve vários tufos de grama se soltando, com funcionários tendo que recolocá-los no lugar durante o intervalo. O técnico da Argélia, Vahid Halilhodžić, criticou o campo após o jogo contra a Rússia, e até mesmo o coordenador geral da Copa na cidade, Mario Celso Cunha, também mostrou-se preocupado com a situação durante a competição.

Já a limpeza, que foi criticada nas duas primeiras partidas, teve uma grande melhora nos últimos dois confrontos. Os banheiros, com poeira e acumulando poças, não tiveram o problema mais. Entretanto, as arquibancadas ainda possuíam esse desconforto ao torcedor.

As filas nas lanchonetes e banheiros também incomodaram a torcida, principalmente no intervalo. Algumas, inclusive, ficaram sem lanches até o final do confronto, o que acabou ocorrendo em outros estádios, como na estreia do Brasil, em São Paulo. A “culpa”, no caso, é da empresa contratada pela Fifa que não calculou bem a demanda.

Curitiba recebe a última partida da Copa do Mundo:

No restante, a Arena da Baixada passou com louvor. A acessibilidade foi o ponto forte, com entradas rápidas e ajuda dos voluntários, que utilizavam alto-falante para orientar os torcedores a se deslocarem para entradas com menos gente. A própria acessibilidade, que tinha o risco de ter problemas, funcionou bem. O sinal de Wi-Fi, que não era obrigatório, acabou sendo oferecido e pegava em boa parte dos setores da Arena. As ligações, em nenhum momento, tiveram problemas de interrupção ou queda.

No geral, os quatro confrontos da Arena da Baixada levaram 156.991 torcedores, com uma média de 39.248 por jogo. O percentual de ocupação foi de 99,04%, a quarta melhor, perdendo para o Itaquerão (99,47%), Maracanã (99,15%) e Beira-Rio (99,04%). No duelo mais esperado, apesar da eliminação precoce da atual campeã mundial, a vitória da Espanha por 3 a 0 diante da Austrália, no dia 23, teve a 10ª maior ocupação da primeira fase, com 99,35% dos lugares ocupados.

O primeiro gol oficial foi de Carlos Costly (Honduras), mas o “artilheiro” acabou sendo Enner Valencia, do Equador, que marcou duas no triunfo por 2 a 1 contra Honduras, no dia 20. A Arena da Baixada, que teve o primeiro 0 a 0 da Copa, entre Nigéria e Irã, teve oito gols, com média de dois gols por partida.

Estrangeiros elogiam cidade e estádio

Torcidas de Argélia e Rússia mostram muita animação dentro da Arena da Baixada, em Curitiba, onde assistem ao jogo entre as duas seleções; partida é válida pelo Grupo H
Torcidas de Argélia e Rússia mostram muita animação dentro da Arena da Baixada, em Curitiba, onde assistem ao jogo entre as duas seleções; partida é válida pelo Grupo H
Foto: PHILIPPE DESMAZES / AFP
Curitiba recebeu um bom número de turistas nos quatro jogos que sediou na Copa do Mundo, que estimula em mais de 50 mil. De forma quase que unânime, a capital paranaense e o estádio da Arena da Baixada foram aprovados.

O país que mais levou estrangeiros à cidade foi a Austrália – aproximadamente seis mil. Todos que foram ouvidos pela reportagem elogiaram Curitiba. “Sinceramente me surpreendeu. Clima bem diferente daquele que eu imaginava no Brasil, estrutura boa, povo educado e com bastante gente dominando a língua inglesa”, apontou Scott Johnson, morador de Sidney-AUS.

Já o argelino Mohammed Djeli se encantou também com a Arena da Baixada. "Das cidades que eu conheci aqui no Brasil, achei Curitiba a mais bonita e a Arena, o melhor estádio", avaliou. "Tanto é que eu quero voltar a visitar a cidade e o estádio junto com a minha família", prometeu. Quem também se deslumbrou com a Arena foi o equatoriano Carlos Gonzales, que acompanhou a vitória do Equador por 2 a 1 sobre a Honduras. "É o estádio mais bonito que eu já fui na vida", garantiu. "É do padrão europeu", comparou.

A imprensa de fora que esteve na cidade manteve a mesma linha de elogios. O jornalista John McAuley, do The National, dos Emirados Árabes, descreveu Curitiba “como limpa, arborizada e organizada”. Diferente da fama de ter uma população antipática e fria, McAuley teve outra impressão. “Todo mundo aqui o recebe com um sorriso amigável, rapidamente seguido por um curioso, mas amável olhar”, completa McAuley. No principal diário esportivo da argentina, o Olé, o enviado especial Martín Macchiavello iniciou o texto publicado com “em Curitiba tudo parece perfeito, ao ponto que pelas ruas da cidade os torcedores do Irã também apoiavam a Nigéria”, falando em referência ao jogo de estreia na Arena da Baixada.

O texto ainda exalta outras peculiaridades da capital paranaense, que possui “bairros baixos e em ordem, as ruas boas para caminhar, a grande presença de árvores e o baixo índice de analfabetismo da cidade, que tem a melhor educação básica entre as capitais do Brasil”. Além disso, o argentino Macchiavello também lembra que o transporte público daqui inspirou o que hoje é o Metrobus de Buenos Aires.

Turismo cresce, mas sem número oficial ainda

Fan Fest de Curitiba teve show da banda Jota Quest após jogo do Brasil
Fan Fest de Curitiba teve show da banda Jota Quest após jogo do Brasil
Foto: Facebook/ Prefeitura de Curitiba / Reprodução

Em relação aos pontos turísticos, os mais procurados foram a Praça da Espanha – local conhecido por ter confrontos marcados entre gangues rivais na década de 80 e que atualmente é um dos pontos mais nobres da cidade, além do Parque Barigui, que recebeu 31 visitantes no último final de semana. Devido a isso, era muito comum ser abordado nas ruas com as seguintes perguntas: "Where's Spanish Square?" e "How can I go to Park Barigui?".

A Linha Turismo tem sido o principal meio de transporte utilizado pelos turistas para se deslocar em Curitiba. De acordo com informações da Urbs, entre os dias 1º e 23 de junho, circularam 38.097 passageiros pela linha, tendo um aumento de 34,57% em relação ao mesmo período de 2013. O feriado de Corpus Christi foi bem representativo neste sentido, quando a Linha Turismo precisou operar com 17 ônibus na frota, quase o triplo de dias normais.

O Zoológico, a Torre Panorâmica, o Passeio Público e o Jardim Botânico também se destacaram. Esse último, inclusive, é o ponto turístico de Curitiba mais visitado durante o ano e nesta época de Copa do Mundo não foi diferente. Somente no último fim de semana, mais de 30 mil pessoas circularam pelo local.

Obama parabeniza seleção americana por classificação na Copa:

O Instituto Municipal de Turismo (Ctur) ainda está coletando informações sobre o movimento de visitantes na cidade desde o início da competição, que serão divulgadas em julho. “Temos bons indicativos para acreditar que Curitiba está recebendo grande número de visitantes”, disse Paulo Colnaghi, presidente da instituição. Bares e restaurantes tem aumento de movimento em 30%

Com a chegada dos turistas estrangeiros e nacionais, os restaurante e bares da cidade tiveram uma presença de 30% a mais que o período que antecedeu o Mundial. “O perfil do público que veio a Curitiba, predominantemente jovens, também contribuiu para isso”, disse Marcelo Woellner Pereira, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seção Paraná (Abrasel-PR).

Sobre os bares, os mais procurados foram o badalado e tradicional Bar do Alemão, os mexicanos Taco El Pancho e Zapata e o novo Abbey Road. “Recebemos gente da Austrália, Rússia, Equador, Estados Unidos, entre outros países, além de diversos Estados e cidades do Brasil”, afirmou o empresário Luiz Henrique Machado, proprietário do último estabelecimento citado.

Já nas casas noturnas, as mais procuradas foram as de sertanejo universitário: Wood's e Shed. As que possuem o tradicional samba brasileiro, como o Bar Curytiba, a Woods Samba e o LV Soho – os dois últimos no entorno da Praça da Espanha – também figuraram na rota de baladas dos turistas.

“Não tenho um percentual específico, mas melhorou bastante. Os jogos daqui da cidade não teve muita diferença, mas lógico que teve turistas. Já nos jogos do Brasil, o movimento foi bem maior e a expectativa é continuar assim”, declarou Liferson Nascimento, proprietário do LV.

Saúde realiza 344 atendimentos no Mundial

Os gringos sem ingresso:

Durante o período dos quatros jogos da Copa em Curitiba, a Secretaria Municipal da Saúde realizou 155 atendimentos no Posto Médico Avançado da Arena. Destes, 133 foram casos clínicos, 22 traumas e oito remoções, sendo que nenhum de gravidade. “Na maioria foram torcedores que exageraram no consumo de álcool ou que sentiram algum mal estar. Já os traumas registrados foram pequenas torções”, explica Juliane Oliveira, diretora do Departamento da Secretaria Municipal.

Em relação ao evento da FIFA Fan Fest, que ainda continua até o final do Mundial, no dia 13 de julho, na Pedreira Paulo Leminski, 179 atendimentos foram realizados no Posto Médico Avançado. No local, os casos clínicos chegaram a 154 e os 25 traumas atendidos foram de pequenas torções e quedas. No total, tiveram cinco remoções para Unidades de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas.

A Fan Fest, em parceria com o Ministério da Saúde e o Programa Conjunto nas Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), possui um trailer da Campanha “Proteja o Gol”, que realiza ações de prevenção e testes para diagnóstico da Aids. Foram realizados 161 testes rápidos, com três resultados positivos no local, que foram orientados para o tratamento.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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