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A Era Parmalat, época mais vitoriosa da história palmeirense

21 mai 2010 - 10h11
(atualizado às 12h32)
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Diego Garcia

Na década de 90 o Palmeiras viveu junto com o Estádio Palestra Itália os anos mais vitoriosos de suas histórias. O clube conquistou três Campeonatos Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, dois Torneios Rio-São Paulo, uma Copa dos Campeões da CBF, uma Mercosul e uma Copa Libertadores. Foram onze títulos para a sala de troféus, frutos de uma bem planejada e bem sucedida parceria com a empresa Parmalat.

"A própria empresa fez o Palmeiras ser tão vitorioso e foi importante nisso tudo. A administração da Parmalat foi excelente e essa empresa fez grandes contratações para o Palmeiras. Montou um time forte e uma boa administração também do próprio clube, junto da própria Parmalat, foram decisivas para que as coisas acontecessem da forma que aconteceram", afirmou o ex-goleiro Velloso, ídolo palmeirense que atuou de 1993 até 1999 no clube.

Durante o tempo de duração desta parceria o Palmeiras conquistou inúmeros e importantes títulos. No primeiro ano efetivo da co-gestão venceu o Campeonato Paulista de 93, o Torneio Rio-São Paulo e o Brasileiro. No ano seguinte foi bicampeão estadual e bi nacional, façanha jamais igualada. "Representou muito para mim jogar no Palmeiras em uma era tão vitoriosa", afirmou o ex-atacante Evair, que esteve no clube alviverde pré-Parmalat e vivenciou essa época.

"Tive a oportunidade de viver todas as fases no Palmeiras. A da fila e a da pós-fila. Foi um aprendizado de vida muito grande, como profissional, como homem. Muitas vezes nós tivemos que ficar em casa, pois estávamos na fila, éramos muito cobrados na rua e para não ser tão cobrados, ficávamos em casa", disse o eterno ídolo palmeirense.

A "fila" a que Evair se refere diz respeito ao período compreendendo 1976 e 1993. Foram 17 anos sem títulos no Palestra Itália e um período muito difícil vivido pelo clube palmeirense. Com a chegada da Parmalat, tudo mudou e o Palmeiras reviveu os tempos de glória. "Depois eu tive a oportunidade de viver o outro lado, o orgulho de ser palmeirense de novo, ver o torcedor vestindo a camisa com orgulho. Isso foi muito gratificante na minha época", finalizou o ex-camisa 9.

A soberania palmeirense no Brasil se consagrou ainda mais no Campeonato Paulista de 1996, com o chamado ataque dos 102 gols. Esse foi o total de tentos marcados pela equipe alviverde em apenas 30 jogos no torneio e o título veio quase invicto - se não fosse uma derrota por 1 a 0 para o Guarani já no fim da competição.

"Representou muito na minha formação como profissional aquela passagem pelo Palmeiras, pois eu tinha saído do Guarani, chegado numa equipe de maior expressão e a desconfiança era muito grande. Essa passagem foi essencial na minha carreira", afirmou Luizão, principal artilheiro da equipe no torneio com 22 gols.

Segundo o centroavante, o Palestra Itália era fundamental para esse ano tão fulminante da linha de frente palmeirense. "Era nossa casa e fazia muita diferença atuar lá dentro, pois estávamos diante de nossos torcedores e nosso time era forte. Acho que não ficamos nenhum jogo sem fazer gol naquele campeonato e na temporada".

Os números comprovam a supremacia palmeirense atuando no estádio. Entre 1992 e 2000 - período que durou a parceria com a empresa italiana - o clube alviverde jogou 274 partidas em casa e venceu 201. Isso representa 73% de confrontos terminados em vitória. Ainda houve 46 empates e 27 derrotas, ou seja: apenas 10% dos duelos no estádio acabavam em insucessos. O Palmeiras alcançou a incrível marca de 672 gols nesse gramado apenas nesses oito anos. Uma média de 2,45 por partida, contra 0,86 levados. Foram apenas 236 gols sofridos, o que equivale a menos de um gol por partida.

"Jogar dentro do Palestra fazia a diferença pois dificilmente éramos derrotados diante da nossa torcida, pois ali a pressão era muito grande. Era uma arma muito forte ao nosso favor, e nós sabíamos como usá-la e aproveitávamos a chance. Sabíamos que poderíamos ganhar o jogo na hora que quiséssemos quando atuávamos na nossa casa", definiu Evair.

Depois, veio o vice do Brasileiro de 1997, a conquista da Copa do Brasil e da Mercosul de 1998, da Libertadores de 1999 e o vice do Mundial no mesmo ano, com o Palestra Itália usado como arma fundamental para as vitórias. "Confiávamos muito no nosso time e construímos uma energia imensa com a torcida jogando no Palestra", ressaltou o meia Alex, craque do time alviverde no final dos anos 90 e atualmente no Fenerbahce, da Turquia.

"Foi fruto de um trabalho feito em longo prazo, desde 1997 com a chegada do Felipão até o Mundial. Foi um grande planejamento que deu certo e isso foi de uma importância muito grande. Foi resultado de um trabalho que tinha como alvo maior uma coisa que foi conquistada, que era a Libertadores, um título sonhado pelo Palmeiras. E isso ficou na história", explicou o atacante palmeirense Euller, que ficou no clube no período citado.

A parceria de sucesso chegou ao fim no ano 2000, após a perda do título da Mercosul em uma virada épica do Vasco na final em pleno Palestra. Nesse mesmo ano, o time alviverde ainda alcançou um vice na Copa Libertadores e sacramentou o fim da época mais gloriosa de sua história.

"Foi um privilégio jogar no Palmeiras na era mais vitoriosa do clube. Foi um prazer, passei dois anos e meio lá e só tive alegrias. A conquista da Libertadores, da Copa do Brasil e ainda uma Mercosul, foi tudo maravilhoso. E naquela ocasião nós tínhamos um grupo unido e forte e a união faz a força e fez toda a diferença para o Palmeiras naquela época", finalizou um dos principais nomes do elenco palmeirense nessa época dourada, o ex-atacante Oséas.

Números do Palmeiras e do Palestra Itália no período patrocinado pela Parmalat:

Primeiro Jogo: 26/04/1992 = Palmeiras 1x0 Cruzeiro, gol de Paulo Sergio, Campeonato Brasileiro de 1992.

Último Jogo: 20/12/2000 = Palmeiras 3x4 Vasco, final da Copa Mercosul 2000.

Jogos no Palestra: 274
Vitórias: 201
Empates: 46
Derrotas: 27
Gols marcados: 672
Gols sofridos: 236
Saldo de gols: 436

Títulos: Dois Torneios Rio-São Paulo (1993 e 2000), dois Campeonatos Brasileiro (93 e 94), três Campeonatos Paulistas (1993, 1994 e 1996), uma Copa do Brasil (1998), uma Copa Mercosul (1998), uma Copa Libertadores (1999) e uma Copa dos Campeões da CBF (2000).

Djalminha era um dos astros do elenco palmeirense no histórico ataque dos 100 gols do Paulista de 1996
Djalminha era um dos astros do elenco palmeirense no histórico ataque dos 100 gols do Paulista de 1996
Foto: Gazeta Press
Fonte: Especial para Terra
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