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Afastamento de Caboclo da CBF tem validade mundial, diz Fifa

Ou seja, dirigente está proibido de exercer funções executivas no futebol do Brasil e também em nações filiadas à entidade

2 ago 2021 - 16h20
(atualizado às 16h39)
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A Fifa anunciou nesta segunda-feira, 2, que a suspensão imposta pela Comissão de Ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao presidente da entidade, Rogério Caboclo, tem validade mundial - ou seja, a partir de agora ele está afastado provisoriamente de suas funções executivas no futebol não apenas no Brasil, mas em todos os países com federações filiadas à Fifa

Acusado de assédios moral e sexual por uma funcionária da CBF, Caboclo foi suspenso provisoriamente por decisão da Comissão de Ética da entidade em 6 de junho. Um mês depois, o órgão ampliou a sanção por mais 60 dias. Desde então, a CBF é comandada por um dos vices, o coronel Antônio Carlos Nunes.

Na sexta-feira, 30 de julho, o Comitê Disciplinar da Fifa se reuniu e decidiu validar a punição para âmbito mundial. De acordo com comunicado enviado nesta segunda pelo presidente do órgão, Jorge Palácio, "uma sanção imposta por uma associação ou confederação tem o mesmo efeito em cada associação da Fifa, em cada confederação e na própria Fifa".

Rogério Caboclo transportou parentes, amigos e cachorro em pelo menos 28 viagens em avião da CBF
Rogério Caboclo transportou parentes, amigos e cachorro em pelo menos 28 viagens em avião da CBF
Foto: Jorge Adorno/Reuters

Desde que foi denunciado pela funcionária, Rogério Caboclo tem negado as acusações e se diz vítima de um "golpe orquestrado" pelo seu antecessor, Marco Polo del Nero. Banido do futebol pela Fifa, foi Del Nero quem levou Caboclo à CBF e quem garantiu sua eleição. Agora, porém, os dois estão rompidos e se acusam mutuamente.

Rogério Caboclo sustenta que foi alvo de tentativa de extorsão no valor de R$ 12 milhões, valor que teria sido pedido pela funcionária supostamente a mando de Del Nero. O ex-presidente nega. Documentos aos quais o Estadão teve acesso, por sua vez, mostram que Caboclo estava disposto a transferir R$ 8 milhões dos cofres da entidade diretamente para a conta da funcionária como forma de encerrar o caso, de maneira sigilosa.

Nesta segunda-feira, o Estadão procurou a assessoria do presidente afastado para comentar a decisão da Fifa, mas ainda não obteve retorno.

Estadão
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