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Esportes Aquáticos

Incansável e ambicioso, Nicholas curte recorde e sonha com 2020

20 dez 2018 - 19h34
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Com a medalha de ouro no peito e um sorrido de novato, Nicholas Santos está de volta ao Brasil depois de chocar o planeta mais uma vez. Aos 38 anos, o nadador brasileiro se sagrou bicampeão Mundial nos 50 metros borboleta em prova disputada em Hangzhou, na China. E se em 2012 o título já era motivo para muita comemoração, agora a emoção é dobrada, já que veio acompanhada do recorde mundial da prova.

O atleta da Unisanta cravou 21s81 e superou tanto o sul-africano Chad le Clos, ex-dono da melhor marca, mas que dessa vez ficou com a prata graças ao tempo de 21s97, e o nadador de Trinidad e Tobago, Dylan Carter, bronze com 22s38.

"Desde o começo, quando eu tentava bater recorde de brasileiro, sul-americano e até chegar ao Mundial, nunca deixei a acreditar nisso. Somado a dedicação que eu tenho e aos profissionais que me acompanham no dia-a-dia, eu nunca deixei de acreditar. E a diferença é que a prova que eu nado é uma prova curta, então, não tem tanta importância essa questão da idade, os treinamentos são mais curtos", afirmou Nicholas, nessa quinta, em mais uma entrevista em que teve de tentar explicar como consegue se manter em alto nível tão próximo dos 40 anos.

A verdade é que não há segredo. Nicholas Santos é um atleta que gosta do que faz e não se cansa de treinar. Aliás, o nadador tem uma empresa especializada no assunto. Então, se a dificuldade para os veteranos é justamente acompanhar os mais jovens na questão física, isso não será problema para o bicampeão mundial.

"Eu gosto de treinar muito, gosto de malhar bastante. O dia-a-dia é estressante, é cansativo, é doloroso, a gente convive com dores, séries de tolerância, além de administrar a lesão também, por esforçar demais o corpo. Essa caminhada toda é uma história muito grande. Competir é o mais fácil", reconhece.

"Aquilo (treinar) nunca foi um peso para mim. Converso com Joel Morais, Hugo Duprée, Ricardo Cintra (ex-nadadores), eles já começaram a perguntar: 'não sei como você aguenta nadar até hoje?' O momento que eu perceber que perdi isso, tenho certeza que eu vou parar antes, porque acho frustrante".

Muita gente pode entender que esse é o momento certo para uma aposentadoria. E a opinião é de fácil compreensão, afinal, uma medalha de ouro e um recorde no Mundial aos 38 anos de idade seria um final feliz e tanto para uma carreira. Nicholas, porém, quer mais. O objetivo para 2019 já está traçado: buscar o recorde da mesma prova, mas na piscina longa, de 50 metros. "A gente coloca as metas difíceis assim ao longo da carreira", disse.

E não para por aí. Apesar de ter de aceitar que sua especialidade não figura entre as provas olímpicas, Nicholas Santos já trabalha com Tóquio na cabeça. Falta só definir seu foco para os Jogos do Japão, agendados para 2020, quando o incansável nadador terá 40 anos completos.

"Eu teria de escolher entre duas provas: 100 metros borboleta ou 50 metros livre. O 100 metros borboleta é mais difícil, pensar em medalha é mais difícil. O 50 metros livre era minha prova principal, e eu tenho grande chance em 2020, mas é uma questão que vai além de eu me dedicar, de ter toda essa equipe multidisciplinar. Depende como meu corpo vai reagir até 2020, mas vontade de treinar e conquistar aos 40 anos seria algo inédito no mundo e eu tenho pretensões de encarar isso, sim", avisou.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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