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Barcelona revela dívida de R$ 8,5 bilhões e dirigente ataca gestão de Bartomeu: 'Nefasta'

Segundo relatório, time espanhol aumentou folha salarial em 61% em três anos. Ferran Reverter, atual diretor financeiro, anunciou que uma investigação será instaurada para avaliar estrutura organizacional do clube

6 out 2021 - 12h43
(atualizado às 12h43)
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A auditoria designada pela atual diretoria do Barcelona para avaliar as contas do clube foi apresentada nesta quarta-feira e mostrou que a gestão de Josep Maria Bartomeu aumentou a folha salarial em 61% em três anos e deixou uma dívida de 1,35 bilhão de euros (R$ 8,55 bilhões na cotação atual) até março deste ano. O diretor-geral Ferran Reverter revelou, em entrevista coletiva, que além da auditoria que ficou a cargo da empresa Deloitte, foi anunciada uma investigação sobre o funcionamento da estrutura organizacional do clube, que deverá estar concluída nos próximos dias.

Essa apuração, segundo Reverter, será centrada no complexo esportivo e arquitetônico Espai Barça, nos intermediários e fornecedores do clube. A auditoria apresentada indicou graves falhas na gestão anterior, liderada por Bartomeu. O aumento da folha salarial total foi de 471 milhões de euros (R$ 2,98 bi) para 759 milhões de euros (R$ 4,81 bi). Além disso, houve acréscimo de 56% nos gastos administrativos, além de 600% nos custos financeiros.

"Quando acabar a investigação, o Barça decidirá qual é a melhor forma de proceder, se uma ação de responsabilidade ou outro tipo de ação judicial. Decidiremos. Agora, seria precipitado dizer", disse o diretor-geral do clube.

Reverter classificou a gestão anterior de "nefasta e improvisada" e garantiu que a atual diretoria assumiu o comando do clube "com um patrimônio negativo e em situação de quebra contável, com fluxo de caixa operacional nulo e dificuldade para pagar salários". O dirigente ainda indicou que a auditoria mostrou pagamento de preços elevados por contratações e que, se não tivessem sido negociados jogadores, a folha de pagamento do clube chegaria a 835 milhões de euros (R$ 5,29 bilhões), valor 108% acima das receitas.

A auditoria analisou a administração do Barcelona durante as temporadas 2018-2019, 2019-2020 e em nove meses da 2020-2021, até 31 de março deste ano, quando Joan Laporta assumiu a presidência. Neste período, o clube fez contratações multimilionárias, como o brasileiro Philippe Coutinho (145 milhões de euros), e os franceses Antoine Griezmann (120 milhões de euros) e Ousmane Dembélé (105 milhões de euros). O caos financeiro levou o clube a não conseguir gerir o pagamento de Lionel Messi, culminando na saída do ídolo para o Paris Saint-Germain.

O trabalho ainda apontou para falta de investimentos em instalações esportivas, de controles internos e o superfaturamento do custo de projetos com o Espai Barça, avaliado inicialmente em 600 milhões de euros (R$ 3,8 bilhões), mas que poderá custar mais do que o dobro do previsto.

A dívida financeira, de acordo com a auditoria, aumentou em 514 milhões de euros (R$ 3,25 bilhões) em três anos, chegando até 673 milhões de euros (R$ 4,26 bilhões) acumulados em março deste ano. No total, a dívida do clube, que inclui também outros compromissos e passivos diversos, chega a 1,35 bilhão de euros, como já havia anunciado Laporta meses atrás.

Camp Nou em risco

Reverter afirmou ainda que o estádio Camp Nou teria problemas estruturais, com mais de 900 problemas específicos a serem solucionados, o que obrigaria um investimento de 1,8 bilhão de euros (R$ 11,4 bilhões).

Segundo o dirigente, na situação em que está, a instalação não poderia ter aberto as portas, se as restrições impostas devido a pandemia da covid-19 tivessem sido retiradas antes do início desta temporada. "Para atualizar totalmente o estádio, deveremos gastar 23 milhões (de euros)", afirmou Reverter, se referindo ao valor em euros que equivale a R$ 145,7 milhões.

Estadão
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