Nobre defende rompimento com organizada, mas Gobbi quer diálogo
Em evento nesta sexta-feira que visava estabelecer a paz no clássico do próximo domingo entre Corinthians e Palmeiras, marcado para as 16h, no Estádio Pacaembu, pela oitava rodada do Campeonato Paulista, os presidentes dos clubes bateram cabeça no tema torcidas organizadas. Enquanto Paulo Nobre defendeu o rompimento com a facção palmeirense, Mario Gobbi descartou fazer o mesmo no time alvinegro e quer apenas diálogo.
"Cada clube tem uma situação específica de acordo com a cultura de cada um. O Corinthians, de 2008 para cá, tem uma relação de diálogo. Agora as torcidas são independentes. O Corinthians não paga nada, nem faz nada. Em momentos que o time passou tecnicamente momentos não tão bons, eles várias vezes foram ao CT. E a diretoria os recebeu, conversou, dialogou, e tudo foi resolvido em paz. Quando assumi a diretoria eu segui esta cartilha", disse Gobbi.
"O radicalismo não faz bem para ninguém, pois dentro das organizadas têm pessoas boas que não têm nada a ver com meia dúzia que não sabe se comportar em estádio ou no mundo do futebol. Penso que fazem espetáculo bonito, me recordo das bandeiras, era coisa bonita de se ver, pena que acabou. Continuamos com nosso critério de diálogo e só. Toda vez que ultrapassar o limite do diálogo não há mais diálogo", continuou.
O Corinthians vive momento delicado, com cinco jogos sem vitórias, o elenco em desmanche e a torcida revoltada. Há algumas semanas, um grupo chegou a invadir o CT Joaquim Grava, destruiu parte do patrimônio, roubou equipamentos e pretendia até agredir alguns jogadores, que tiveram que se esconder para evitar o pior. Gobbi crê que tais atitudes são responsabilidade do poder público, e não do Corinthians.
"A gente respeita, são associações, se estão aí é porque possuem legalidade para funcionar, não cabe ao Corinthians fiscalizar isso, se representam número de torcedores que querem conversar sem problemas, mas o limite é o diálogo. Eles têm a gestão deles na torcida e não interferimos lá, como eles não tem que interferir na gestão do clube. Eles podem achar, falar, protestar, pedir, mas a diretoria do Corinthians é autônoma", definiu.
Paulo Nobre, por sua vez, rompeu com as organizadas palmeirenses após incidentes de violência ocorridos no ano passado - após um duelo válido pela Copa Libertadores, o elenco foi atacado no aeroporto na Argentina. O mandatário defendeu a distãncia.
"Não tenho nada contra organizadas, acho que fazem festas bonitas com cantorias e alegorias, tem esse lado positivo e bacana. Mas como em todos os grupos existe uma minoria de maus elementos e as atitudes dos mesmos afetam a torcida como um todo. A partir do momento que tiveram atitude hostil contra a delegação do Palmeiras houve um rompimento da relação", analisou.
"Com o rompimento a torcida faz a parte dela torcendo das arquibancadas e nós fazemos nossa parte dirigindo o clube. Cada um ficou no seu canto. Eles precisam ter independência para criticar o clube e a gestão, como nós aqui dentro cuidamos do Palmeiras trabalhando de 12 a 16 horas por dia, que é nossa obrigação", concluiu o mandatário alviverde.