A grande atração do Nacional masculino, que começa neste domingo, é a
volta da transmissão dos jogos pela chamada TV aberta. Uma oportunidade de
tirar o basquete da escuridão dos últimos anos, quando um dos esportes maispopulares do país ficou restrito à elite das TVs por assinatura. É um passo importante, mas que ainda precisa ser melhor esclarecido.
Nem a CBB nem a TV Bandeirantes revelaram os termos do contrato. Algo
muito comum no Brasil. Falar em dinheiro é como chegar perto do demônio.
Algo que deveria ser transparente, mas vive cercado de mistérios. É até
possível que a emissora não esteja pagando nenhum centavo para mostrar os
jogos, já que a CBB é a maior interessada em ter seu produto exposto, mas
ainda tem pouco a oferecer como espetáculo.
Para ser ter uma idéia: nos EUA, a NBA acaba de fechar um contrato
bilionário, de US$ 4,6 bilhões por seis anos com a ESPN, ABC, TNT e a nova
AOL/NBA Sports Network. É, possivelmente, mais do que a CBB imaginaria
receber durante todo este novo século.
Não há mal algum em se revelar quanto será pago para a transmissão do
Nacional. Ou mesmo se será pago. Nos últimos anos, é normal as emissoras de
TV, abertas e fechadas, fazerem contratos com os chamados esportes amadores
(leia-se basquete e vôlei) com a única intenção de explorar os espaços
publicitários. Até mesmo alguns times, que se transformaram em outdoors,
chegavam a pagar para ter seus jogos transmitidos.
Esse parece não ser o caso do basquete. Com times à beira do colapso
financeiro, como os cariocas, ou com investimentos na conta do lápis, como
os paulistas, não sobra muito para comprar espaço na telinha. Por essa
razão, o mais provável é que a CBB tenha feito um acordo na faixa: a TV não
paga nada, e fica com a exploração comercial durante as partidas.
Não é o ideal, mas já é um começo. O basquete precisa reconquistar sua
posição de esporte de massa. Precisa voltar a atrair o grande público, e só
assim será possível negociar bons contratos com as emissoras. Situação
privilegiada na NBA, mas que no Brasil ainda levará alguns anos, talvez
décadas.
O fraco Jordan?
Michael Jordan gosta mesmo de desafios. Após sucumbir nos últimos
jogos, com atuações deprimentes no segundo tempo, o rei do basquete tratou
de mostrar sua coroa: 40 pontos contra o Charlotte Hornets. Que suas pernas
(e joelhos) aguentem o ritmo!