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Fernando Santos
Terça-feira, 18 Setembro de 2001, 16h09
terraesportes@terra.com.br

O privilégio de Jordan


É estupidez afirmar que Michael Jordan deveria ficar em casa, curtindo a sua aposentadoria, decretada no auge de sua carreira. Bobagem! Bobagem! Bobagem! Ele tem o direito de voltar, não importa se tão bom, pior ou melhor do que antes. É uma decisão puramente pessoal. Algo que talvez só agora possa fazer ao longo de sua vida.

Durante décadas, Michael Jordan viveu sobre intensa pressão. Nos seus primeiros anos na NBA, teve de provar sua capacidade. Para isso, precisava de um título. Foram quase 10 anos de angústia. Em seguida, o que todos acreditam ser ainda mais difícil: manter-se como o melhor. Foram então quase mais 10 anos de adrenalina a mil.

A grosso modo, pode-se dizer que foram 20 anos voltados para a excelência física, o aprimoramento técnico, os ajustes táticos e os acordos publicitários. Tudo banhado a milhões e milhões de dólares, que compensaram cada sacrifício.

Agora, Jordan pode ser dar ao luxo de jogar por puro prazer. Sem responsabilidade, sem pressão, "for fun". Ele não precisa mais aturar comparações, que serão inevitáveis. Se alguém quiser ver o antigo Jordan, basta recorrer a dezenas de fitas de vídeo disponíveis no mercado (pelo menos nos EUA). Agora, é o momento de curtir o homem Jordan.

Sem toda a carga de pressão que o acompanhou ao longo dos anos, Jordan pode ser tão bom quanto antes. Ele não desaprendeu a jogar. Pode estar mais lento em alguns movimentos, menos preciso nos arremessos, mas continuará muito acima da média.

A maior dificuldade será jogar numa equipe fraca, sem talentos ao seu redor que poderiam complementar seu jogo, servir como coadjuvantes. Jordan sentirá a falta de um Pippen, um Harper, até mesmo de um Rodman. Mas tudo bem: ele está jogando por prazer. E é isso o que interessa.

Com o tempo, o prazer provavelmente dará lugar à competitividade. Será difícil Jordan se desfazer do seu instinto vencedor. Isso talvez dure uma semana, um mês, ou talvez uma única partida. Isso é Jordan puro. E ele estará fazendo porque quer, não por interesses comerciais ou para provar algo. Não. Fará porque quer.

Quantas pessoas você conhece que podem fazer o que querem e quando querem? Esse é mais um privilégio de Jordan.

 

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