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Fernando Santos
Quarta-feira, 29 Agosto de 2001, 17h07
terraesportes@terra.com.br

Teoria do ataque


O basquete brasileiro, com cestinhas como Oscar e Hortência, desaprendeu a fazer cestas? Não sabe mais atacar? Porque é isso que se vê principalmente na seleção masculina. Tudo bem que a equipe passa por um processo de renovação. Mas, ao contrário do futebol, onde o 0 a 0 pode ser um bom resultado, no basquete é fundamental fazer pontos.

Essa questão aflige não apenas a comissão técnica da seleção brasileira (basta rever a decisão da Copa América). A falta de poder ofensivo é a razão de uma interessante e polêmica mensagem que recebo do internauta Nelson Campos. Ele defende a tese que o problema de hoje existe devido a "fominhas" como Oscar e Hortência. Sua teoria merece ser reproduzida na íntegra:

"O erro de hoje por não termos um bom time de basquete masculino começou na era Oscar/ Marcel. Eles inventaram ataques de três pontos sem nenhum critério de preparação para arremesso e arrastaram consigo inúmeros jogadores da época (exemplo: Rogério)."

"O Oscar é simplesmente um arremessador e nunca foi um jogador de basquete e nunca pode ser considerado uma referência ou um exemplo de jogador (não marca, não passa e nem pega rebote e exige que o time jogue em sua função, sem ter gabarito para isso)."

"O Marcel poderia ter sido um digno herdeiro do Wlamir, Amauri, Mosquito, Rosa Branca, Pecente, Algodão (a melhor geração do basquete brasileiro, sem dúvida nenhuma), mas entrou na loucura do Oscar e desaprendeu como joga um bom basquete."

"A primeira coisa que a nova geração deve aprender é esquecer a geração Oscar. O feminino é bom e só cresceu quando deixou de só jogar em função da Hortência e descobriu que poderia ser um bom time com Paula (tecnicamente a melhor jogadora do Brasil de todos os tempos), Marta, Janeth e criou uma geração nova e rápida e que sabe que o basquete é um esporte coletivo e não um jogo individual como pensa e joga o Oscar."

Não conheço o internauta Nelson Campos, nem concordo com a sua tese. Mas, como coloquei acima, não deixa de ser interessante. Não se pode negar a enorme contribuição de Oscar e Hortência para o basquete brasileiro. Eles têm defeitos? Claro que têm. Mas merecem como ninguém um par de estátuas em local de honra.

Acho também um exagero culpá-los pela atual fase do basquete brasileiro, principalmente o masculino. O problema, creio, é de falta de talentos. Problema esse que começa a ser solucionado com a geração vice-campeã da Copa América, um grupo jovem e com potencial. Mas que necessita de uma urgente estruturação tática, ainda mais no ataque, o que motivou essa nossa discussão.

A questão do ataque nos leva a uma outra questão: a necessidade de uma mudança de armadores na seleção. Em colunas anteriores, foi questionada a conduta dentro da quadra de Demétrius e Helinho. Muito se fala que Valtinho é a solução. Foi feito então um comentário nessa coluna de que "razões obscuras" estariam afastando o jogador da seleção. De pronto, recebo uma outra mensagem, desta vez da assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Basquete, que reproduzo abaixo:

"Caro Fernando Santos. Em relação a uma informação sobre o armador Valtinho, publicada em sua coluna de 24/08/2001, esclarecemos que o jogador foi um dos 27 chamados pelo técnico Hélio Rubens para os treinamentos com a seleção e convocado para o Torneio Internacional do México, mas infelizmente sentiu o tornozelo direito e precisou fazer uma cirurgia, ficando fora das competições da seleção, conforme divulgado em nossos releases."

Valtinho seria, então, a solução para a seleção? Ou o problema está em nossas raízes históricas? O certo é que precisamos, logo, de uma resposta.

 

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