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Juarez Soares
Terça-feira, 14 Agosto de 2001, 16h41
terraesportes@terra.com.br

Esperança


Já faz muito tempo. Mas parece que foi ontem. Vim a São Paulo, acompanhando um amigo que fez um teste na Rádio Difusora, das Emissoras Associadas, na época do Império de Assis Chateaubriand. Foi um vestibular para profissional, difícil, complicado. Primeiro um comentário escrito de no mínimo 30 linhas. Depois um improviso gravado de 3 minutos, com tema livre. Enfim, transmitir parte do jogo Portuguesa x São Cristóvão, no Canindé, também usando o velho gravador AKAI. O goleiro do São Cristóvão se chamava Pichau, nunca mais esqueci. Fiz o teste apenas para acompanhar o amigo Miguel Marcondes.

Por essas trapaças do destino, eu fui aprovado e comecei minha carreira de jornalista esportivo. Sinto saudades do sétimo andar do prédio na "Cidade do Rádio", alto do Sumaré, em São Paulo. O prédio continua lá firme e forte e eu aqui não sei se tão firme e tão forte, mas entusiasmado como sempre. Foi até agora uma longa caminhada. Quase dez Copas do Mundo, uma beleza.

Ontem olhei, sem querer, para a velha carteira de trabalho. Estava escrita, a data do primeiro emprego como jornalista profissional: 15 de agosto de 1961, salário de 7.500,00, não sei o nome da moeda da época, acho que era o cruzeiro, claro. De lá para cá acompanhei todas essas gerações de jogadores, técnicos, dirigentes, companheiros jornalistas, uns brilhantes, outros nem tanto. Ainda hoje, sonho que o jornalista pode mudar o mundo, no meu caso, mudar o futebol brasileiro, que nunca precisou tanto de mudanças.

Ainda acho que o futebol será sempre capaz de apresentar uma novidade, como uma vitória consagradora da Seleção contra o Paraguai. Seria um grande presente nesta data. Afinal foi contra o Paraguai que João Saldanha comandou a Seleção com um Maracanã lotado, na classificação das Eliminatórias para a Copa de 70. Outro dia na formatura de jornalismo da minha filha Larissa, dançando uma valsa, disse a ela que a profissão era linda, mas só tinha um problema: "Quem é jornalista honesto morre pobre trabalhando em dois empregos". Ela assustada me perguntou: "Que é isso, pai? Quem falou?” Então comovido respondi: "EU!"

 

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