A seleção brasileira fez uma boa campanha no
torneio Super Four, na Argentina. Apesar das duas
derrotas e de apenas uma vitória, a equipe começou a
mostrar evolução e, principalmente, a ganhar confiança.
Os novos jogadores estão se soltando, ganhando ritmo e
alimentando esperanças para a Copa América, que começa
nesta quinta-feira.
O Brasil fez dois jogos equilibrados contra
Argentina e Lituânia (perdeu ambos por apenas seis
pontos). As derrotas foram resultados normais. O que
mais chamou a atenção foi a maneira como a equipe
brasileira atuou. Não se deixando intimidar pela maior
força do adversário, e procurando não se distanciar no
placar.
O time esteve bem na defesa, como no último quarto
contra a Lituânia. Só assim foi possível descontar uma
diferença de 15 pontos e chegar ao empate a dois minutos
do final. O que não é novidade para uma equipe treinada
por Hélio Rubens, um especialista em defesa. Já é um
grande passo para um time que vai em busca de uma vaga
para o Mundial de 2002.
O momento agora é de acertar o ataque. Esse foi o
ponto vulnerável da equipe na competição. A impressão
foi que o Brasil se esforçou tanto em defender, que
esqueceu de elaborar jogadas ofensivas. Em alguns
momentos, os arremessadores (Marcelinho, Guilherme e
Vanderlei) mal sabiam o que fazer com a bola. Com isso,
os pivôs é que apareciam para arremessar. Assim, os
erros foram muitos.
É natural que um time em formação, como é o caso da
seleção brasileira, dê prioridade à defesa. Antes de
tudo, o objetivo é evitar a cesta. Hélio Rubens está
empenhado nisso, e deixando que os jogadores tentem
resolver o ataque na individualidade. O que é um grande
risco, já que os jogadores, na sua maioria, ainda têm
pouca experiência internacional.
A vitória contra Porto Rico já mostrou uma
evolução. Mais solto, Marcelinho conseguiu 27 pontos, o
que demonstra seu potencial. É isso o que a seleção
precisa: dar condições para que os jogadores possam
desempenhar seu talento. Não só Marcelinho, mas também
Guilherme e mesmo Vanderlei, que fez uma boa partida
contra a Lituânia.
Além de dar melhores condições aos arremessadores, a
seleção começa a descobrir seus pivôs. Nenê e Ânderson
são os que mais cresceram nos últimos jogos, no Super
Four e no Sul-americano. Jovens, ainda têm muito chão
pela frente. Eles não podem assumir a responsabilidade
pela definição das jogadas ofensivas. Mas, sim, tornarem-
se uma alternativa muito interessante para a equipe.
O Brasil tem condições de explorar seus alas e
tornar o jogo de arremessos o seu ponto forte. É claro
que os adversários estarão preparados para isso. Aí
então será a hora de explorar os jovens pivôs. Desta
maneira, crescem as chances de uma campanha ainda melhor
na Copa América e a classificação para o Mundial de
Indianápolis, um passo fundamental para o processo de
ressurreição da seleção masculina.