Código de Ética da CBF continua engavetado
A CBF 'trabalha' na elaboração de seu código de ética desde o inicio de 2015. Formalmente, o projeto passou a ganhar corpo em meados daquele ano com a criação de uma comissão responsável pelo texto final do documento. Em fevereiro de 2016, a entidade informou ao Terra que o código de ética estava pronto e seria apresentado em "momento próximo e adequado". Mas, até agora, não houve nenhuma nova sinalização de que isso vai ser feito.
O código prevê punições para atletas, árbitros, clubes e dirigentes que cometerem desvios, irregularidades. Como o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, é investigado por crimes de corrupção pela Justiça dos EUA, criou-se uma situação de desconforto para a entidade. Na prática, Del Nero é que teria de assinar a aprovação do código.
Um dos integrantes da comissão, o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Caio Rocha, disse ao Terra que a vigência do código depende da convocação de uma assembleia pela CBF para que Del Nero o submeta à apreciação das federações. Ele foi a favor de se incluir no texto a proibição da contratação de parentes para o trabalho na entidade - medida aprovada pela comissão.
Isso implicaria em um novo problema para a cúpula da CBF. O técnico da Seleção, Tite, tem como um de seus auxiliares o filho Matheus Bacchi. A CBF chegou a discutir internamente a possibilidade de conversar com Caio, responsável pela redação final do código, para que houvesse uma brecha a fim de evitar embaraços com Tite. Não fez isso porque soube que Caio não voltaria atrás.