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Não é o mesmo Dunga: técnico se controla oito anos depois

24 jun 2015 - 08h28
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Em 2007, pela Copa América, o Brasil jogou mal, perdeu um jogo, ganhou dois e se classificou para as quartas de final no sufoco. Evidentemente, o time foi criticado, e Dunga teve as primeiras reações ásperas que iriam marcar a turbulenta relação com a imprensa nos anos seguintes . Porém, oito anos depois, em situação bastante parecida e até com outros agravantes, o mesmo Dunga teve uma reação bem diferente. Experiente e mais controlado, o técnico tem mostrado que mudou. Pelo menos até agora...

Quando assumiu a Seleção Brasileira, Dunga já tinha prometido que iria mudar seu relacionamento com a imprensa. Durante os amistosos, até houve uma confusão entre ele, Galvão Bueno, Tino Marcos e uma tradutora. Mas no geral Dunga se comportou.

Sem crucificar Neymar, Dunga usa gancho para testar elenco:

E todos sabiam que o grande teste aconteceria na Copa América, com muito mais dificuldades para o time e uma pressão maior da torcida. Em 2007, o Brasil perdeu logo na estreia, contra o México. Depois bateu Chile e Equador, mas jogando mal. Dunga foi acusado de montar um time muito defensivo e convocar nomes questionáveis (Afonso Alves, Doni, Anderson, etc...). O treinador rebateu tudo com boa dose de irritação. Além disso, mesmo antes de a competição começar, colecionou problemas, com dicussões com o então coronel do Exército José Haroldo Castelo Branco, o diretor de Comunicação da CBF, Rodrigo Paiva e até membros da comissão técnica. 

Em 2015, nada disso esteve perto de acontecer. A pressão foi semelhante, principalmente depois da derrota contra a Colômbia, mas não houve agressividade. Não faltaram oportunidades, já que Dunga tem dado entrevistas antes e depois dos jogos. Mas nem mesmo a confusão que tirou Neymar da Copa América descontrolou Dunga. Ele criticou o árbitro, mas evitou criar polêmica com a Conmebol pela punição de quatro jogos de suspensão. "Isso é uma questão do jurídico da CBF", simplificou.

Dunga tem brincado com a bola frequentemente nos treinos
Dunga tem brincado com a bola frequentemente nos treinos
Foto: Leo Correa / Mowa Press/Divulgação

Em certo momento, Dunga teve uma chance de cutucar a imprensa brasileira, quando foi questionado se havia algum incômodo pelo excesso de perguntas sobre Neymar. Ele até defendeu os jornalistas, algo inimaginável há oito anos. "É natural, porque no Flamengo do Zico só falavam do Zico. No Corinthians só do Sócrates. Ou no Santos do Pelé. Então é mais do que natural. É do futebol você cercar um nome para falar. Não adianta nos enganarmos: vai se falar de quem vende mais", afirmou, com razão.

Em alguns momentos foi perceptível que Dunga precisou se controlar para não dar respostas mais polêmicas. Fez careta durante a pergunta, mas respirou, pensou bem e ponderou com tranquilidade. No sábado passado, criticou a imprensa chilena e fez uma cobrança aos brasileiros. "Eles precisam bater no que temos de melhor (Neymar). Nós não podemos bater. Todos batem no Pelé. Mas o Pelé é o Pelé". Mas isso é muito pouco perto de tudo que dizia aquele Dunga de 2007. Pelo menos por enquanto, a sensação é que o técnico realmente cumpriu a promessa de se controlar.

Fonte: Terra
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