"Nova antiga casa"? Botafogo mira Caio Martins para 2016
O Botafogo pode passar a jogar em uma "nova antiga casa" no próximo ano. Sem poder contar com o Engenhão em 2016, voltar a atuar no Estádio Caio Martins entrou na pauta alvinegra. O presidente Carlos Eduardo Pereira tem um estudo para viabilizar o retorno à casa que trouxe alegrias ao torcedor na Série B de 2003.
“A ideia é jogar em Caio Martins no Campeonato Estadual de 2016”, revelou o dirigente alvinegro. Em entrevista exclusiva ao Terra, Carlos Eduardo Pereira falou sobre a relação com o Fluminense, os primeiros meses de mandato, a situação do ex-presidente Maurício Assumpção e o trabalho da dupla René Simões e Antônio Lopes.
Voltar a treinar em General Severiano é uma das promessas da nova diretoria e a reforma do gramado da sede está em andamento, após a retirada do gramado sintético. “A gente quer que General Severiano volte a ser a sede do departamento de futebol”.
Terra - Como está o clube depois de sete meses no comando do Botafogo?
Carlos Eduardo Pereira - O que mudou foi a maneira como o Botafogo é gerenciado, principalmente com relação aos credores. Em especial, Justiça do Trabalho, Procuradoria de Fazenda Nacional e ao elenco que o clube montou. Atualmente, além de pagar em dia, o Botafogo recolhe todos os seus impostos e encargos trabalhistas. A relação com o funcionário também mudou e não tem mais nenhum tipo de apadrinhamento ou indicação por amizade. Cortamos o grupo de pessoas ligadas ao ex-presidente e que eram PJ (pessoa jurídica). Dobramos o investimento na base do clube, passando de R$ 3 milhões para R$ 6 milhões.
Terra - Qual o papel da dupla René Simões (técnico) e Antônio Lopes (diretor técnico)?
Carlos Eduardo Pereira -
Esta dupla foi fundamental para o atual momento. Além de montar o elenco, eles organizaram o departamento de
futebolcom a experiência internacional deles. Tínhamos esta opção: experiência ou a renovação, como muitos clubes fizeram. Optamos pela experiência e começamos pelo René, uma pessoa testada e vencedora da Série B, e tivemos a sorte de contratar o Antônio Lopes, campeão mundial pela
Seleção Brasileirae de muito conhecimento.
Terra - Dentro de campo, como está sendo lidar com jogador de futebol? É diferente do mundo empresarial?
Carlos Eduardo Pereira -
Por agora, as demandas externas do Ato Trabalhista e dívidas fiscais têm demandado muito tempo de mim e do Nelson Mufarrej (
vice geral do Botafogo). O futebol tem ficado mais com o Mantuano e do Lopes, mas não tenho dúvida que é uma relação bem distinta. Além de envolver valores e um desempenho difícil de ser mensurado, o meio empresarial você tem mais coisas práticas sobre as tarefas realizadas. No futebol, a tarefa pode ser bem feita, mas se a bola não entrar ela não foi bem realizada. A presença do Lopes e do René nos dá tranquilidade para aprender a lidar com estes momentos.
Terra - Quais são os passos para fechar o primeiro ano de mandato?
Carlos Eduardo Pereira -
A reforma dos gramados de Caio Martins e de General Severiano são uma marca nossa, um compromisso, mas precisamos reorganizar o clube para que ele funcione de forma transparente e clara, prestando contas e divulgação dos balanços. Ainda não deu para fazer uma grande contratação porque estamos fazendo dentro da nossa limitação, do nosso patamar. O conjunto da ações está bom e não tem nenhum arrependimento, não.
Terra - O futebol profissional voltará para General Severiano e o da base terá melhores condições em Caio Martins?
Carlos Eduardo Pereira -
A hora que tivermos que entregar o Estádio Nílton Santos para o comitê olímpico, a gente quer que General Severiano volte a ser a sede do departamento de futebol. Temos toda a estrutura do futebol montada no nosso CT, com quartos, sala de musculação e podemos treinar em tempo integral. Com isso, vamos aproximar o futebol do sócio do clube. Em Caio Martins, a questão é concentrar tudo por lá e no Cefat também. Temos que reduzir as distâncias da base para diminuir os custos também.
Terra - Caio Martins pode voltar a ser estádio para o futebol profissional?
Carlos Eduardo Pereira -
Temos um estudo para 2016 porque não vamos contar com o Estádio Nílton Santos e o Maracanã. Com isso, vamos buscar uma parceria para voltar a jogar lá. A ideia é jogar em Caio Martins no Campeonato Carioca de 2016.
Terra - Na galeria de fotos dos ex-presidentes não consta a do Maurício Assumpção. Por que ela foi retirada?
Carlos Eduardo Pereira -
Ela foi pichada, rabiscada e não conseguimos recuperá-la. Isso para o clube não é bom e, por isso, decidimos retirá-la.
Terra - O senhor tem relação com o ex-presidente ou fala com ele?
Carlos Eduardo Pereira -
Nenhuma. Pelo contrário. Se eu fosse dizer tudo que penso a respeito dele e o que ele fez com o Botafogo, ele não iria gostar de ouvir.
Terra - Como é a relação do Botafogo com o Fluminense?
Carlos Eduardo Pereira -
Hoje, não tem nenhuma relação com o Fluminense. Eles seguem o caminho deles e nós, o nosso. Não se trata de um coirmão. Rival, sim. Rival sempre.