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Bad Bunny no Super Bowl: escolha da NFL se soma a expansão internacional e tensão nos EUA

Cantor porto-riquenho irá estrelar show do intervalo em 2026, no estádio do San Francisco 49ers; artista foi contrário a políticas imigratórias de Donald Trump e deixou o país fora de sua última turnê

29 set 2025 - 13h57
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Depois de ter Taylor Swift, Adele e Miley Cyrus especuladas para o show de intervalo do Super Bowl 60, a National Football League (NFL) anunciou neste domingo, durante a rodada do futebol americano, que Bad Bunny será a grande estrela internacional no Levi's Stadium, em Santa Clara, Califórnia, em fevereiro de 2026. A escolha da liga passa por um processo de expansão do esporte e também vai de encontro ao momento vivido pelos Estados Unidos na política interna e externa.

Bad Bunny, natural de Porto Rico, é o nome artístico de Benito Antonio Martínez Ocasio, 31 anos, que se tornou com seu estilo musical, que mistura elementos do pop, reggaeton e música latina, um dos principais artistas do cenário contemporâneo. Com mais de 77 milhões de ouvintes mensais, ele é, atualmente, o 12º artista mais ouvido da plataforma Spotify.

A liga estima que, somente no Brasil, 36 milhões de pessoas acompanhem regularmente o futebol americano. Na última semana, a NFL também anunciou que chegou a um acordo para que o Rio receba, no Maracanã, uma partida da temporada regular. O contrato se estende até 2030 e prevê, no mínimo, três partidas nesse período. A tendência é que São Paulo, que sediou dois jogos, em 2024 e 2025, alterne com a capital fluminense a realização das partidas pelos próximos cinco anos.

Até hoje, 11 cidades fora dos Estados Unidos receberam partidas da NFL. Esse número se expandiu, principalmente, após a pandemia, com um desejo do comissário Roger Goodell, comissário da liga, para ampliar o alcance do futebol americano mundialmente. Espanha, Alemanha, Irlanda, Austrália e o Brasil são alguns dos países que receberam ou receberão novas partidas da NFL ao longo dos próximos dois anos.

"No mundo de hoje, precisamos ser globais", disse Goodell, nesta semana, antes do jogo entre Pittsburgh Steelers e Minnesota Vikings em Dublin, na Irlanda. "Toda vez que jogamos uma partida internacional, os fãs dizem que querem mais. Eu realmente acredito que nosso jogo pode e será global. Nosso trabalho é compartilhá-lo com o resto do mundo."

Além disso, Benito também se mostrou abertamente contrário a Trump nos últimos anos. Em 2024, declarou apoio à democrata Kamala Harris, que concorreu com o republicano pela presidência dos Estados Unidos. Também criticou a fala do comediante Tony Hinchcliffe que, durante um comício de Trump, classificou Porto Rico como uma "ilha de lixo flutuante".

Seu mais recente álbum exalta o território ultramarino dos Estados Unidos, com sua história e cultura própria. O show no Super Bowl deve abordar essas questões, como a própria Apple Music e o cantor adiantaram nesse domingo. "O que estou sentindo vai além de mim. É por aqueles que vieram antes de mim e correram incontáveis ??jardas para que eu pudesse entrar e marcar um touchdown... isto é pelo meu povo, pela minha cultura e pela nossa história", afirmou Benito.

A tensão imigratória nos Estados Unidos afeta, especialmente, a comunidade latina, como porto-riquenhos. Em 2020, o último censo apontou que população hispânica e latina representava 18,7% dos EUA, cerca de 62 milhões de pessoas. No último ano, a escolha de Kendrick Lamar para se apresentar no Super Bowl 59, em Las Vegas, também foi criticada por setores favoráveis ao presidente, por abordar questões raciais e sociais em suas canções.

Além disso, as relações entre Trump e NFL estremeceram nos últimos tempos, por críticas do presidente a questões internas da liga. Isso ocorreu com a regra do kickoff, em que teceu comentários homofóbicos ao criticar o novo regulamento, e ao afirmar que o Washington Commanders deveria voltar a utilizar o nome de "Redskins", que foi abandonado em 2020 por representar de forma pejorativa as comunidades indígenas e povos originários na América do Norte.

As duas mudanças são vistas como positivas por parte da NFL. No esporte, a mudança da regra do kickoff é exaltada por executivos, por permitir mais retornos durante o jogo e prevenir concussões nos atletas, já que a velocidade de impacto será menor. Já no campo social, ao mudar o nome da franquia de Washington D.C., se mostra atenta às questões raciais na sociedade americana.

Oficialmente, a NFL não abordou essas questões relacionadas ao presidente americano. Em maio, Roger Goodell, comissário da liga, esteve na Casa Branca para anunciar que Washington D.C. receberá o Draft em 2027. A escolha de Bad Bunny, mesmo que não tenha um teor político por parte da NFL, pode estremecer relações junto ao governo americano. Desde o anúncio nesse domingo, Trump não teceu comentários sobre Bad Bunny.

Essa, aliás, é a tendência da liga: se afastar de posicionamentos públicos em questões políticas. Em setembro, durante as manifestações de 7 de setembro na Avenida Paulista, foi especulada a possibilidade de a bandeira dos Estados Unidos exibida por apoiadores de Jair Bolsonaro ter sido doada pela NFL, fato que foi negado pela liga.

Estadão
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