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GP da Emília Romagna pode ser decidido pela gestão dos pneus

Se a Sprint Race já foi decidida pelos pneus, a corrida principal do GP da Emília Romagna pode depender mais ainda deles...

23 abr 2022 - 19h41
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Pneus Pirelli para a temporada 2022: mais uma vez, fazendo a diferença
Pneus Pirelli para a temporada 2022: mais uma vez, fazendo a diferença
Foto: Pirelli / Divulgação

A F1 assumiu uma complexidade tão grande que qualquer aspecto diferente pode fazer a diferença. E os pneus têm tido uma participação muito grande nos últimos tempos. Entendê-los vem sendo algo que alguns até consideram uma cadeira de teologia. Talvez não sejam deuses, mas fazem alguns milagres...

Na Sprint Race do GP da Emília Romagna, tivemos um exemplo de como o tratamento pode ser decisivo. Max Verstappen foi superado logo na largada por Chales Leclerc e se colocou de maneira a ficar com o monegasco na linha de tiro. Ambos estavam com pneus macios (C4 para esta prova) e o seu funcionamento não era tão conhecido por conta do pouco tempo de utilização.

Em condições normais, este composto não teria vida longa. Mas junte o pouco tempo de pista dos pneus slicks (o treino livre do sábado foi o único que contou com o tempo inteiro de pista seca) com uma temperatura baixa que a durabilidade seria um pouco maior. Por isso, quase todo mundo apostou neles para a Sprint Race, que teria 21 voltas.

Para este ano, aproveitando a mudança de tamanho (de 13” para 18”), a Pirelli alterou a arquitetura e a composição das borrachas. Os pilotos agora têm a oportunidade de poder acelerar mais e um pouco mais de liberdade para a gestão do desgaste. A intenção era reduzir a chegada do “penhasco” (quando o pneu perde desempenho de forma acelerada).

Outro aspecto foi a redução da temperatura de aquecimento (de 100º e 80º para 70º nos 4 pneus), o que tornou a janela de funcionamento um pouco mais ampla. Temos visto equipes fazendo tempos nos treinos não na primeira volta rápida. Temos visto a Mercedes tendo este tipo de problema, tendo que levar mais tempo para aquecer os pneus para andar rápido. Mas em compensação, o desgaste tem sido menor nas últimas corridas...

Voltemos à Sprint Race de Ímola: as baixas temperaturas, independentemente da chuva, permitiram às equipes a usarem acertos de suspensão mais ousados justamente para conseguir fazer com que a janela ideal de funcionamento fosse alcançada. Para uma corrida curta e treinos, isso é importante. Mas e para uma corrida de 60 voltas? Aí é o equilíbrio que os times têm que buscar.

Até aqui, temos visto a Ferrari ficar à frente dos concorrentes neste campo por adotar um acerto com mais carga aerodinâmica e assim tratar melhor os compostos. A Red Bull consegue até andar próximo, mas desgasta mais. Porém, aqui tivemos este quadro alterado...

Em um quadro em que pouco se andou, as cartas se embaralharam em Ímola e Leclerc foi acometido pela granulação da borracha (graining), perdendo desempenho e a vitória para Verstappen. Se a Sprint Race tivesse mais duas voltas, talvez perdesse a posição para Perez...

Independentemente das condições meteorológicas, a Red Bull sai na frente. Afinal, o acerto não pode ser mexido e, mesmo no caso de chuva, o acerto a ser feito é muito limitado (somente a asa dianteira e refrigeração de freios, motor e câmbio). Manter a temperatura é complicado numa condição mais fria e não podemos esquecer que o composto de chuva é mais macio....

Ímola é uma pista onde não se perde tanto tempo para uma parada. Neste caso, como os pneus de pista seca não foram muito usados, pode até se pensar em deixar os pneus duros de lado e partir até para uma estratégia de duas paradas.

Afinal de contas, se numa condição mais acelerada, os pneus macios duraram cerca de 15 voltas (descontando o tempo em que a corrida esteve sob regime de Carro de Segurança), na corrida longa talvez se possa esticar um pouco mais...E os pneus médios, usados pela Haas e Nicholas Latifi, simplesmente não funcionaram em um tiro tão curto. Imaginem então os duros?

Este é mais um quebra-cabeças a ser montado pelos estrategistas. Alguns talvez estejam a fazer a dança da chuva em Ímola e outros assoprando as nuvens que rodeiam o circuito. O fato é que os pneus ajudarão a movimentar o GP da Emilia Romagna.

Parabólica
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