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Atletismo

Campeã e recordista, Verônica enfrenta novo tumor com piadas

23 jul 2013 - 10h34
(atualizado às 10h36)
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<p>Verônica Hipólito é campeã dos 200 m T38 e recordista mundial dos 100 m</p>
Verônica Hipólito é campeã dos 200 m T38 e recordista mundial dos 100 m
Foto: Márcio Rodrigues/MPIX/CPB / Divulgação

Verônica Hipólito parece com uma menina de 17 anos qualquer. Animada e faladora, ela conta piadas, dá risada e brinca bastante com quem vem conversar com ela. A paulista, entretanto, precisou passar por muito até chegar a Lyon, onde disputa o Mundial Paralímpico de Atletismo. A paratleta teve que lidar com um tumor na cabeça, um acidente vascular cerebral e o retorno do tumor. Mesmo assim, ela conquistou o ouro nos 200 m da classe T38 e na última segunda-feira e, no dia seguinte, quebrou o recorde mundial nos 100 m, estabelecendo o tempo de 13s19. Tudo isso mantendo o sorriso no rosto.

Verônica lembra luta contra tumor e AVC até ouro em Lyon:

"Você conhece a piada do pônei? Pô, nei eu", disse Verônica, para cair na gargalhada em seguida. O bom humor da paratleta na conversa com jornalistas depois de seu título mundial é além do que é esperado em alguém que passou por tanto e ainda terá muito pela frente. A brasileira enfrenta o novo tumor com remédios que a deixam sonolenta e lida com sequelas do AVC.

"A doença me persegue. Mas consegui me recuperar bem. Brinco que o tumor gosta de mim", afirmou a paulista. "Hoje meu trabalho foi recompensado e eu quero mais. Quero abaixar o meu tempo e tentar o recorde mundial. Quem sabe, né? Eu não esperava o ouro", reconheceu.

<p>Verônica já teve que lidar com tumores e AVC</p>
Verônica já teve que lidar com tumores e AVC
Foto: Getty Images

A única coisa que parece incomodar Verônica é a dieta que precisa seguir para manter o alto rendimento. Ela cita verduras como alface, rúcula e brócolis como vegetais que não suporta comer, mas precisa encarar. No máximo gosta de cenoura ou tomate. Entretanto, o ouro lhe garantiu uma recompensa. "Pizza!", gritou a paratleta ao ver a médica da Seleção, que lhe havia prometido uma fatia em caso de título.

Já as piadas, assumidamente infames, são conhecidas entre a delegação brasileira. Campeão e recordista mundial nos 200 m T45, Yohansson do Nascimento é um que reprova a veia cômica da colega. "Contando piada é uma negação, isso eu não posso negar. Ela sabe. Chega pra mim e diz: 'Yohan, vou contar uma piada'. 'Não, Verônica, depois você conta' (risos). Vou ter que dar umas aulinhas para ela. A pior de todas é a do pônei", lembrou o alagoano.

"Ela contou qual é o alimento que liga e deslilga? Estrog-on-off", resgatou Yohansson, que crê que seja melhor que Verônica se foque no esporte em vez do humor. "Eu prefiro que ela trabalhe na pista e continue no atletismo, porque tem mais futuro do que como comediante", brincou o paratleta.

Verônica, porém, se diverte com as piadas que busca na internet e conta mais uma: "tinha dois caminhões voando. Um caiu e o outro continuou. Sabe por que? Porque era um caminhão pipa!".

*O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Fonte: Terra
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