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Fundado em dia triste para o Atlético-MG, Afogados faz sucesso com goleiro de boné à noite

Time pernambucano elimina rival alvinegro na Copa do Brasil e recebe premiação de R$ 1,5 milhão da CBF

27 fev 2020 - 10h58
(atualizado às 11h07)
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Bem antes de imaginar que seria o algoz do Atlético-MG na Copa do Brasil, em jogo desta quarta-feira, o Afogados da Ingazeira (PE) já começava sua história em um outro dia bastante triste para a equipe alvinegra de Minas gerais. O jovem e pequeno clube do Sertão do Pajeú foi fundado em 18 de dezembro de 2013, mesma data em que a então equipe do técnico Cuca e do meia Ronaldinho Gaúcho amargou a triste derrota na semifinal do Mundial de Clubes para o Raja Casablanca, do Marrocos.

Enquanto o Atlético-MG perdia por 3 a 1 e via escapar o sonho de decidir o título contra o poderoso Bayern de Munique naquela edição do Mundial, dirigentes do Afogados da Ingazeira cuidavam da ata de fundação do clube e sonhavam um dia ver o clube numa noite tão gloriosa como a da quarta-feira. Ao eliminar nos pênaltis o poderoso e favorito gigante alvinegro de Minas, os pernambucanos receberam só de premiação da CBF R$ 1,5 milhão, valor capaz de bancar vários meses da folha de salarial.

Afogados da Ingazeira faz história na Copa do Brasil
Afogados da Ingazeira faz história na Copa do Brasil
Foto: Cláudio Gomes/Divulgação / Estadão

A cidade de Afogados da Ingazeira fica a quase 400 km da capital Recife e tem a história marcada por ser a terra natal de uma medalhista olímpica do Brasil. A pentatleta Yane Marques recebeu a medelha de bronze nos Jogos de Londres, em 2012, além de ter dois ouros em Jogos Pan-Americanos. Ela foi também porta-bandeira dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. É uma das filhas mais nobres da cidade. Curiosamente, o pai da medalhista olímpica, Wanderley Marques, é radialista e transmite vários jogos da equipe local.

O empate por 2 a 2 com o Atlético-MG seguido por vitória nos pênaltis por 7 a 6 teve como herói o goleiro Wallef, que defendeu duas cobranças dos tiros livres. O jogador teve o nome bastante comentado nas redes sociais por atuar de boné, apesar do jogo ter sido à noite. "A gente sabia que ia sofrer. Mas, soubemos suportar. Merecemos a vaga por tudo que jogamos. A rapaziada esta de parabéns", disse Wallef, depois de falar de Deus após a partida.

O Afogados da Ingazeira começou a caminhada no futebol em 2014, na segunda divisão do Estado. O time só conseguiu subir para a elite Estadual após ser vice-campeão em 2016. Na chegada ao primeiro escalão, na temporada seguinte, foi preciso evitar o risco de rebaixamento. Já em 2018, o clube conseguiu chegar às quartas de final do Campeonato Pernambucano e no ano passado passou pelo Santa Cruz para chegar à semifinal e conseguir a vaga na Copa do Brasil.

Em 2020, a equipe tricolor disputará ainda o Brasileiro da Série D. O Afogados da Ingazeira passou pelas duas primeira fases da Copa do Brasil com vitórias dentro de casa sobre o Atlético Acreano e Atlético-MG. O estádio do time é o Vianão, um local pequeno e com capacidade para cerca de 1,5 mil pessoas. No jogo com o Atlético-MG havia 2 mil torcedores. Os jogadores e a torcida festejaram a façanha em comunhão. A festa invadiu a madrugada pelas ruas da cidade.

Estadão
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