Amor ou ódio? Galvão ironiza: "bater em mim é divertido"
Galvão Bueno não tem papas na língua e fala o que pensa. Na noite da última terça-feira, o narrador lançou seu livro de memórias na Livraria Cultura, em São Paulo, e, simpático e sorridente, não se omitiu de nenhuma pergunta, seja de humoristas ou de jornalistas presentes ao evento. O polêmico global sabe que vive entre o amor e ódio de telespectadores, mas acredita que sua base de fãs é muito maior.
“Sou uma das pessoas mais queridas e mais odiadas do Brasil”, disse. “Todo mundo vai gostar (do livro). E tenho certeza que muita gente vai falar mal. Bater no Galvão e divertido. Graças a Deus, o número daqueles que gosta de mim é imensamente maior do que daqueles que não gosta. Essa é a minha maior vitória profissional. Nunca trabalhei para isso (virar um ícone nacional). Sou um misto de equilibrista, de um lado a verdade dos fatos e do outro a emoção que eu tenho que vender. Sou um vendedor de emoções, um contador de histórias”, comentou o narrador.
O próprio título da obra diz respeito a um caso de amor e ódio passado por Galvão. “Fala, Galvão” faz menção ao episódio “cala a boca, Galvão”, hashtag utilizada por internautas que alcançou fama mundial durante a Copa do Mundo de 2010. O global até dedica uma passagem do livro sobre o assunto, que considera uma “tsunami” que passou em sua vida. “Algo que era ruim foi transformado em algo bom e divertido, com a ajuda do Tiago Leifert”, recorda.
O lançamento do livro marca os 40 anos de Galvão nas transmissões da Globo, completados em março de 2014. A obra foi atrasada em um ano em função da Copa do Mundo no Brasil – “doeu para caramba o Mundial”, disse o narrador, sobre o 7 a 1. Em coletiva de imprensa antes da sessão de autógrafos, o global mostrou satisfação com a marca e relembrou seu início na “escola Rede Globo de jornalismo”.
“Minha escola de comportamento em televisão é a do dr. Roberto Marinho. Dele aprendi a não ter medo de quem é extremamente bom no que faz. Me preocupo hoje com certo jornalismo de ocasião e batalho em todas minhas transmissões para passar adiante a informação correta com fonte com nome e sobrenome. Me preocupo muito quando as coisas vêm de modo irresponsável. Vocês sabem muito bem de quem estou falando”, criticou.
A sessão de autógrafos da biografia ainda teve momentos de emoção, quando Galvão marejou os olhos ao relembrar antigos parceiros que já estão mortos – entre eles, Luciano do Valle, que inclusive ganhou uma homenagem do global na abertura da Copa, e Michel Laurence. Mas contou também com muitos momentos engraçados e bem humorados, tônica do livro e do próprio narrador, que fez brincadeiras a todo o momento. O bordão criado para Taffarel, por exemplo, é um destes “causos”.
“O Brasil teve muitos goleiros bons. Gosto muito do Taffarel, mas ele não saía do gol. A bola passava toda hora na frente da área e ele não saía. Minha vontade era de gritar... (segura um pouco) ‘p... que p..., sai, Taffarel’. E daí surgiu o ‘sai que é sua, Taffarel’”, contou Galvão, para risos de todos os presentes.