Taxas dos DIs têm quedas leves com influência do exterior e do IBC-Br
As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira com leves baixas após dados do Banco Central revelarem uma queda inesperada da atividade econômica no Brasil em outubro, enquanto no exterior os rendimentos dos Treasuries cediam com investidores à espera de uma bateria de números econômicos nesta semana.
No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 12,970%, ante o ajuste de 12,978% da sessão anterior. Na ponta longa da curva, a taxa para janeiro de 2035 marcava 13,37%, em queda de 6 pontos-base ante o ajuste de 13,427%.
Ao longo da sessão as taxas chegaram a ceder um pouco mais no Brasil, em especial entre os contratos longos, empurradas pela queda dos rendimentos dos Treasuries e pelos números do Banco Central.
O BC informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) cedeu 0,2% em outubro ante setembro, na série com ajustes sazonais. O resultado do indicador, considerado um sinalizador para o Produto Interno Bruto (PIB) foi pior que a projeção mediana dos economistas ouvidos pela Reuters, de alta de 0,10%.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 0,4%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 2,5%, conforme a série sem ajustes sazonais.
Em reação aos números e ao exterior, o DI para janeiro de 2028 marcou a mínima de 12,895% às 9h47, em baixa de 8 pontos-base. Já o DI para janeiro de 2035 registrou a mínima de 13,295% às 14h05, em queda de 13 pontos-base.
O IBC-Br é mais um dos indicadores recentes que corroboram a percepção de que a economia brasileira está em desaceleração, um fator que vem sendo destacado por agentes que projetam corte da Selic já na reunião de janeiro do BC. Atualmente a Selic está em 15% ao ano.
Nesta tarde de segunda-feira, a curva precificava perto de 75% de probabilidade de corte de 25 pontos-base da Selic em janeiro, contra cerca de 25% de chance de manutenção da taxa básica, pontuou a analista Laís Costa, da Empiricus Research.
Durante a tarde, a curva brasileira reduziu seus ganhos, em paralelo ao fortalecimento do dólar ante o real, mas ainda assim as taxas encerraram com quedas leves ante os ajustes anteriores.
No exterior, a expectativa girava em torno da divulgação, ao longo da semana, de uma série de dados que podem refinar as apostas para a decisão sobre juros do Federal Reserve em janeiro. Na terça-feira sairão novos números do relatório de emprego payroll e das vendas do varejo nos Estados Unidos, além do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos setores de serviços e indústria.
Neste fim de tarde, o mercado precificava 77,9% de probabilidade de manutenção dos juros pelo Fed na faixa de 3,50% a 3,75% em janeiro, contra 22,1% de chance de corte de 25 pontos-base, conforme a Ferramenta CME FedWatch.
Às 16h35, o rendimento do Treasury de dois anos -- que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo -- tinha queda de 2 pontos-base, a 3,508%. Já o retorno do papel de dez anos --referência global para decisões de investimento -- caía 1 ponto-base, a 4,182%.
No Brasil, as atenções estarão voltadas para as divulgações da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na terça-feira, e do Relatório de Política Monetária da autarquia, na quinta-feira -- neste caso, acompanhada de entrevista coletiva do presidente do BC, Gabriel Galípolo.