Tarcísio sobre tarifaço: 'Trump quer colecionar vitórias; por que não entregar algumas vitórias?'
'A gente tem de forçar a barra para negociar (com os EUA), não é humilhação a chefe de Estado', disse o governador, em referência a fala recente de Lula
O governador de São Paulo,Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou, nesta segunda-feira, 18, a defender que haja uma insistência do governo brasileiro em negociar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na tentativa de derrubar tarifas imposta sobre produtos brasileiros.
"Acho que é fundamental compreender um pouco do estilo do presidente americano. É um presidente que vive da economia da atenção. Que gosta de sentar com o chefe de Estado, botar um chefe de Estado sentado lá dentro e dizer: 'Olha, consegui uma vitória'. E ele está querendo colecionar vitórias. Ele quer. Então, por que não entregar algumas vitórias?", disse no painel "Reflexões sobre São Paulo e Brasil", no evento Warren Day, em São Paulo.
Tarcísio afirma que, se o Brasil conseguir reduzir, ou até retirar a tarifa adicional, seria uma vitória importante que garantiria ao País "mercado, que vai garantir emprego, que vai nos permitir abreviar essas medidas emergenciais".
O governador avalia que a questão do tarifaço vai ser resolvida no médio e no longo prazos, ponderando que "talvez haja escalada no curto prazo". Contudo, reforçou que é fundamental estabelecer um canal de diálogo, que haja insistência para resolver o conflito.
"Obviamente a gente tem de forçar a barra agora para falar, negociar. Eu acho que não é humilhação para ninguém, para nenhum chefe (de Estado)", disse, em referência ao comentário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do dia 6, quando disse que não iria se humilhar para falar com o presidente americano sobre o tarifaço a produtos exportados pelo Brasil para os EUA.
Tarcísio já havia falado, na sexta-feira, 15, que "não é vergonha, não é humilhação para nenhum chefe de Estado sentar com outro chefe de Estado para chegar a um acordo".
Tarcísio observou que o tarifaço é algo extremamente deletério: "Nunca vi tarifa proteger ninguém. Tarifa, no final, quanto mais você fecha o mercado, mais prejudicial isso é para o País, para as empresas", disse.
O político mencionou, ainda, que o efeito da sobretaxa americana sobre os setores de pneus, café e máquinas preocupa, enquanto outros segmentos estão resolvendo suas questões.