PUBLICIDADE

Simbiose colhe resultado com defensivos biológicos

De olho na demanda adicional esperada, empresa está investindo R$ 80 milhões na ampliação, até setembro, de duas unidades

1 mar 2021 - 07h00
Compartilhar
Exibir comentários

A gaúcha Simbiose, líder em defensivos microbiológicos e primeira parceira nacional da Corteva no segmento, projeta forte expansão neste ano. De olho na demanda adicional esperada, está investindo R$ 80 milhões na ampliação, até setembro, de duas unidades.

Uma delas, de bionematicidas e bioinseticidas, absorverá até R$ 40 milhões para mais que dobrar a capacidade e suprir a Corteva, além dos clientes próprios. Também vai inaugurar um centro de pesquisa próximo de Curitiba (PR) e reforçará equipes de vendas e assistência no campo. "No mínimo acompanharemos a demanda aquecida do mercado", diz Marcelo de Godoy Oliveira, CEO da Simbiose, detentora de 25% do mercado de microbiológicos. Segundo o executivo, a receita, de mais de R$ 250 milhões, deve crescer ao menos 40% em 2021, ante 60% em 2020.

Abre o leque

A Corteva, que até 2019 era uma divisão agrícola da DowDuPont, já contava com três inseticidas biológicos antes de investir em parcerias comerciais. Além da Simbiose, fechou contratos de desenvolvimento e comercialização de bioestimulantes com a espanhola Dadelos Agrosolutions, do grupo Ajinomoto, e de produtos à base de feromônios da francesa M2i. Novos negócios podem sair em 2021, diz Roberto Hun, presidente para Brasil e Paraguai. "Estamos conversando com várias empresas."

Na vitrine

A Simbiose tem sido procurada por outras grandes companhias de agroquímicos, mas não considera ser comprada, afirma Oliveira. "Queremos colaborar com quem quer ter um portfólio de microbiológicos", afirma o executivo. Ao mesmo tempo, a empresa se prepara para começar a exportar para Bolívia, Uruguai e África do Sul, além do Paraguai, onde já atuava. Planeja, ainda, entrar nos mercados norte-americano e europeu, daqui a quatro ou cinco anos.

Indica

A Valora Investimentos vê boas oportunidades para ampliar a sua atuação no agronegócio. E o setor de grãos é apontado como um dos mais promissores. "Com o aumento dos preços e o câmbio a favor, vai ter expansão de área e crescimento de produção", justifica Guilherme Grahl, associado da gestora e responsável pela carteira agro. "Hoje é o segmento que tem o melhor risco-retorno." Açúcar e álcool, café, fumo e proteína animal também estão no radar da Valora.

Mais um pouco

A carteira da Valora em agro é de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões, ante R$ 4 bilhões em ativos sob sua gestão. "Queremos expandir", diz Grahl. O foco segue nos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (Fdics) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), mas a gestora busca diversificar as garantias dessas operações.

Aval

Para assegurar avaliação adequada e pulverização de riscos de produtores, a Valora planeja aproximação com tradings, cooperativas e indústrias. "A ideia é entrar na cadeia de forma perene, fazendo parcerias de longo prazo", diz o executivo.

Frutos

A Yara Fertilizantes colhe os resultados da digitalização de sua área logística. Aplicou R$ 1,5 milhão nos últimos dois anos e já recuperou parte do investimento. Uma das soluções, o rastreamento da frota de adubos líquidos, deve render à empresa neste ano uma economia de cerca de R$ 900 mil. A redução de custos vem do menor tempo em que o transportador fica ocioso na operação, conta Alberto Rodrigues, gerente sênior de Logística da Yara Brasil. Pelo sistema, a companhia acompanha o status da aplicação em tempo real e replaneja as entregas.

Adiante

O projeto da Yara envolve também o agendamento eletrônico de carga e descarga de caminhões nas unidades da empresa, que já gerou economia de R$ 700 mil entre agosto e dezembro do ano passado. No momento, a empresa está implantando uma plataforma própria para cotação eletrônica de fretes, que será adotada a partir de março.

Dinheiro perdido

O Renovabio, principal programa de estímulo ao uso de biocombustíveis do País, podia ter recebido R$ 2,07 milhões do governo, mas só verá R$ 973 mil - menos da metade. O prazo para usar o restante expirou. A Embrapa, que recebeu a verba do Ministério de Minas e Energia, diz que o ajuste foi feito para adequar o projeto às dificuldades do momento, como a limitação de ações de campo e de reuniões presenciais. Mesmo assim, afirma, os projetos estão caminhando dentro do cronograma e os resultados principais serão obtidos.

Aos poucos

Dos R$ 973 mil empenhados pela Embrapa, R$ 335,6 mil já foram pagos. O saldo foi inscrito em restos a pagar (RAP) e poderá ser aplicado ainda este ano. O deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), autor da proposta de emenda que destinou a verba aos projetos, lamenta que "não tenha sido plenamente utilizada". À coluna, diz: "Me empenhei para ter a emenda aprovada, com o auxílio de outros membros da Comissão de Minas e Energia da Câmara". / CLARICE COUTO, LETICIA PAKULSKI, ISADORA DUARTE E AUGUSTO DECKER

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade