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Volume do setor de serviços do Brasil cresce mais que o esperado em março

14 mai 2024 - 09h03
(atualizado às 10h30)
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O setor de serviços brasileiro voltou a registrar crescimento em março e encerrou o primeiro trimestre indicando resiliência da atividade com resultado melhor do que o esperado.

O volume de serviços teve em março expansão de 0,4% em relação ao mês anterior, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado marcou o segundo mês no azul no ano depois de alta de 0,5% em janeiro e queda de 0,9% em fevereiro, e ainda ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de crescimento de 0,2%.

No primeiro trimestre, o volume de serviços registrou avanço de 0,5% em relação aos três meses anteriores, quando houve queda de 0,4%.

Com isso, o volume de serviços ficou 12,1% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 1,5% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em dezembro de 2022.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o volume registrou queda de 2,3%, contra expectativa de retração de 2,2%.

O setor de serviços terminou 2023 e iniciou este ano com resultados positivos, refletindo um cenário favorável ao consumo com inflação controlada e mercado de trabalho aquecido, o que indica um bom momento da atividade econômica brasileira.

A redução dos juros também tende a ajudar, embora a taxa básica Selic ainda permaneça em um nível elevado de 10,5%, mas não se descarta uma desaceleração do setor de serviços este ano, acompanhando a acomodação da atividade econômica.

Os dados do IBGE mostram que em março quatro das cinco atividades pesquisadas tiveram avanço no volume. O principal destaque foi o crescimento de 4,0% do setor de informação e comunicação, eliminando a perda de 2,5% registrada em fevereiro.

Esse resultado marcou o crescimento mais intenso para essa atividade desde janeiro de 2017, alcançando ainda o patamar mais alto da série histórica.

"Essa expansão é explicada pelas altas de um conjunto de serviços investigados dentro de serviços de tecnologia da informação, tais como: desenvolvimento e licenciamento de software; portais, provedor de conteúdo e ferramenta de busca da internet; e consultoria em TI", disse Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.

Outro destaque foi alta de 3,8% de serviços profissionais, administrativos e complementares, após queda de 2,1% no mês anterior.

"O que se observa nos últimos meses, é que, em geral, os serviços voltados às empresas são mais dinâmicos. Assim, estão ditando o ritmo do setor de serviços, mais do que os serviços voltados às famílias", completou Lobo.

Também registraram crescimento em março as atividades de transportes (0,3%) e serviços prestados às famílias (0,6%). Outros serviços ficou estável.

"O setor de serviços deverá continuar sendo impulsionado pelas melhores condições para o consumo das famílias, mas já começamos a notar uma dinâmica mais favorável para os serviços voltados às empresas", disse Rafael Perez, economista da Suno Research.

Para Perez, a mudança pode trazer novo ímpeto para o setor e, junto ao crescimento do consumo das famílias, reforça expectativa de desempenho mais sólido da economia no primeiro trimestre, quando ele prevê crescimento de 0,7%.

O índice de atividades turísticas, por sua vez, avançou 0,2% em março na comparação com fevereiro, após dois meses seguidos de perdas. Em março, o segmento estava 2,3% acima do patamar de pré-pandemia e 5,3% abaixo do ponto mais alto da série.

Em relação à coleta de dados do Rio Grande do Sul, assolado por chuvas e enchentes que tomaram diversas cidades do Estado, Lobo disse que a coleta dos dados de abril, embora eletrônica, está abaixo do normal.

"A pesquisa tem possibilidade de revisão por 12 meses. Ou seja, se tiver problema de coleta no Rio Grande do Sul e não chegar ao patamar ideal, a gente pode atualizar isso até 12 meses para frente", afirmou Lobo, lembrando que o Estado tem peso de 4,58% no índice geral, o quinto mais significativo.

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