Reposicionamento de marca ganha força antes do novo ciclo
Movimento de revisão de imagem cresce no fim do ano e reforça vantagem competitiva para 2026, afirma a empresária Fernanda Tochetto
Empresas e profissionais têm acelerado reposicionamentos de marca no final de 2025, visando maior competitividade para 2026 em um cenário econômico moderado, baseando-se em ajustes estratégicos de imagem, comunicação e autoridade.
Com o encerramento de 2025, profissionais e empresas têm acelerado movimentos de reposicionamento para ajustar sua presença no mercado antes do início do próximo ciclo econômico. A avaliação é da psicóloga e especialista em desenvolvimento empresarial Fernanda Tochetto, fundadora do Tittanium Club, que trabalha com metodologias de mentalidade, autoridade e estruturação de marca utilizadas por empresários em diferentes setores.
O momento coincide com expectativas econômicas moderadas para 2026. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central ao longo do segundo semestre de 2025, a projeção de crescimento do PIB para o próximo ano permanece próxima de 2%, sinalizando um cenário competitivo que exige clareza estratégica. Para Tochetto, essa conjuntura impulsiona profissionais a revisarem a forma como são percebidos. “Imagem, postura e comunicação se tornaram determinantes para atravessar o próximo ciclo com vantagem. Quem reposiciona agora entra em janeiro preparado”, afirma.
Ela explica que, no final do ano, o mercado passa por uma espécie de “janela simbólica” de atenção, momento em que públicos revêm prioridades, marcas reconsideram suas narrativas e decisões de contratação ou parceria são projetadas para o ano seguinte. “O reposicionamento é mais efetivo quando feito antes do movimento. A virada do ano cria espaço mental no público e permite que ajustes discretos de percepção tenham impacto ampliado”, diz.
Estudos recentes reforçam essa dinâmica. Levantamentos da FGV-Ibre mostram que 2025 foi um ano de baixo avanço para pequenos negócios, com crescimento restrito e queda na confiança empresarial em alguns trimestres. Em paralelo, o Edelman Trust Barometer 2024 já indicava que reputações individuais ganharam mais peso nas decisões de consumo e contratação, movimento que tende a se intensificar no ambiente digital de 2026.
Segundo Tochetto, pequenos ajustes de imagem da comunicação verbal ao posicionamento visual podem alterar a forma como o mercado interpreta competência e autoridade. Ela aponta que muitos profissionais tecnicamente qualificados permanecem invisíveis porque não estruturam sua narrativa. “O mercado só acessa aquilo que está claro. E clareza vem de intencionalidade: o que você representa, o que entrega, para quem entrega e por que aquilo importa”, explica.
A especialista também destaca que o reposicionamento não se resume ao digital. Envolve comportamento, postura em ambientes de negócios, consistência das mensagens e presença em ecossistemas estratégicos. “Um profissional reposicionado comunica com mais precisão, constrói provas sociais, ajusta sua presença e coloca a sua história a favor da sua autoridade”, afirma.
Quatro eixos de reposicionamento que ganham força na virada para 2026, segundo Fernanda Tochetto:
• Identidade e narrativa: revisão da trajetória, clareza dos diferenciais e organização dos pilares da marca pessoal ou empresarial.
• Comunicação estratégica: ajustes na forma de comunicar valor, escolhas de linguagem e coerência nas mensagens públicas.
• Presença e autoridade: fortalecimento de provas sociais, depoimentos, cases e participação em espaços que consolidam reputação.
• Ambiência e comportamento: postura em reuniões, eventos e grupos estratégicos, com foco em alinhamento entre discurso e entrega.
Para Tochetto, 2026 será marcado por maior exigência do mercado por profissionais e empresas que expressem solidez e coerência. “Reposicionar não é reinventar. É alinhar percepção e entrega, corrigir ruídos e estabelecer a autoridade que sustenta o próximo ciclo de crescimento”, conclui.