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Produção de veículos pode parar nas próximas 3 semanas por falta de semicondutores, diz Anfavea

Nova crise dos chips ocorre após governo holandês assumir controle da Nexperia, subsidiária de um grupo chinês; em resposta, China impôs restrições à exportação dos componentes

23 out 2025 - 11h42
(atualizado às 14h50)
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A Anfavea, entidade que representa as montadoras, diz estar "atenta e preocupada" com o risco de falta de semicondutores à produção de automóveis, que pode afetar as fábricas em questão de semanas. A entidade observa que a nova crise remete ao cenário vivido na pandemia, quando montadoras tiveram que parar a produção por falta de componentes eletrônicos.

"A Anfavea está atenta e preocupada com o risco de paralisação da produção de veículos no País devido à escassez crítica de semicondutores, que pode afetar operações fabris em questão de semanas", diz a associação em nota.

Veículos modernos usam, em média, entre 1 mil e 3 mil chips, segundo a Anfavea
Veículos modernos usam, em média, entre 1 mil e 3 mil chips, segundo a Anfavea
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

O presidente da Anfavea, Igor Calvet, alertou que o setor automotivo está em uma iminente crise. Os efeitos devem ser sentidos já nas próximas três semanas, afetando todos os segmentos dependentes, incluindo veículos leves, pesados e máquinas, por exemplo.

Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira, 23, ele argumentou que uma articulação do governo brasileiro junto à China poderia ajudar na reversão do cenário projetado. Calvet falou durante o Fórum CNT de Debates, evento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) que reuniu em Brasília (DF) autoridades públicas e empresários.

Segundo a entidade, a nova crise dos chips se deve a disputas geopolíticas intensificadas neste mês, depois que o governo holandês assumiu o controle da fabricante Nexperia, uma gigante de semicondutores subsidiária de um grupo chinês. Em resposta, a China impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos, o que já afeta a produção em algumas fábricas automotivas na Europa e arrisca parar montadoras no Brasil.

"Todos os segmentos serão muito prejudicados. Todos os veículos, sejam eles leves, pesados, e até as máquinas necessitam desses chips. É uma crise que escalou muito rapidamente, nos últimos dois dias. Nós precisamos, da mesma rapidez com que ela foi escalada, que a solução venha também em dois, três dias", declarou Calvet.

Sem esses componentes, as montadoras não conseguem manter a linha de produção em andamento, aponta a Anfavea. Calvet disse já ter alertado o governo federal sobre a necessidade de medidas rápidas para evitar o desabastecimento.

"Uma interlocução do governo brasileiro mais próximo ao governo chinês pode ajudar a destravar as negociações para que as exportações ao Brasil desse material possam ser feitas com mais tranquilidade", defendeu. Ele disse ainda que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, se comprometeu em verificar "com outras autoridades as medidas possíveis a serem tomadas".

Um veículo moderno, explica a Anfavea, usa, em média, entre 1 mil e 3 mil chips. Sem esses componentes, as montadoras não conseguem manter a linha de produção em andamento, aponta a entidade, que diz já ter alertado o governo federal sobre a necessidade de medidas rápidas e decisivas para evitar o desabastecimento de semicondutores.

"Com 1,3 milhão de empregos em jogo em toda a cadeia automotiva, é fundamental que se busque uma solução em um momento já desafiador, marcado por altos juros e desaquecimento da demanda. A urgência é evidente, e a mobilização se faz necessária para evitar um colapso na indústria", ressaltou Calvet./Com Renan Monteiro

Estadão
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