Prévia da inflação acelera para 0,33% em julho; índice continua acima do teto da meta
Preço da energia elétrica residencial teve o maior impacto no IPCA-15
A prévia da inflação de julho foi de 0,33%, influenciada principalmente pelo aumento de 3,01% na energia elétrica residencial, apesar do grupo de Habitação ter desacelerado em relação a junho.
Assim como em junho, a energia elétrica deve ser o item com maior peso sobre a inflação deste mês. A prévia da inflação de julho subiu 0,33%, com destaque para o aumento de 3,01% nos preços de energia elétrica residencial. Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foram divulgados nesta sexta-feira, 25, pelo IBGE. Em julho de 2024, a taxa havia sido de 0,30%.
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No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,40%.
Nos últimos 12 meses, a variação foi de 5,30%, acima dos 5,27% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O percentual continua acima do teto da meta da inflação estabelecido pelo Banco Central, que é de 4,5%, considerando a tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo dos 3% da meta.
Fatores
A manutenção da bandeira vermelha patamar 1 na tarifa de energia contribuiu para o resultado do grupo, além de ajustes tarifários nas contas de luz em algumas regiões.
Apesar de ter tido a maior variação, registrando um aumento de 0,98% nos preços, o grupo de Habitação teve uma desaceleração frente a junho, quando subiu 1,08%. Ou seja, neste mês, os preços subiram, mas não tanto quanto no anterior.
Além de Habitação, quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de julho: Transportes (0,67%), Despesas pessoais (0,25%), Saúde e cuidados pessoais (0,21%) e Comunicação (0,11%). Alimentação e bebidas (-0,06%), Artigos de residência (-0,02%) e Vestuário (-0,10%) mostraram variação negativa, enquanto Educação (0,00%) teve variação nula.
No grupo de Transportes, a alta foi impulsionada pelas passagens aéreas (19,86%) e pelo transporte por aplicativo (14,55%). Por outro lado, os combustíveis recuaram 0,57% em julho, com quedas nos preços do gás veicular (-1,21%), do óleo diesel (-1,09%), do etanol (-0,83%) e da gasolina (-0,50%).
Cabe mencionar o reflexo da gratuidade concedida aos domingos e feriados no metrô (-0,14%) em Brasília (-2,11%), e no ônibus urbano (-0,44%) em Brasília (-2,11%) e Belém (-5,79%), além da redução de tarifa aos domingos e feriados em Curitiba (-2,68%).
Loteria mais cara
O grupo Despesas pessoais teve como principal destaque o reajuste de preços nos nas loterias da Caixa (3,34%), em vigor desde 9 de julho.
Em Saúde e cuidados pessoais, o subitem plano de saúde subiu 0,35%, consequência da incorporação dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No caso dos planos contratados após a Lei nº 9.656/98, o percentual é de até 6,06%, valendo a partir de maio de 2025 e cujo ciclo se encerra em abril de 2026, enquanto para aqueles contratados antes da Lei, os percentuais autorizados foram de 6,47% e 7,16%, dependendo do plano.
Alimentação em queda
A queda de preços de Alimentação e bebidas em julho foi a segunda seguida. Em junho, esse grupo recuou 0,02%. A alimentação no domicílio teve redução de 0,40% nos preços em julho, ante a variação de -0,24% observada em junho. As quedas da batata-inglesa (-10,48%), da cebola (-9,08%) e do arroz (-2,69%) impactaram o resultado. No lado das altas, destacou-se o tomate (6,39%), depois da queda de 7,24% no mês anterior.
Em relação à alimentação fora do domicílio, ocorreu aceleração de junho (0,55%) para julho (0,84%), em virtude dos aumentos do lanche (de 0,32% em junho para 1,46% em julho) e da refeição (de 0,60% em junho para 0,65% em julho).
Em relação aos índices regionais, a maior variação foi registrada em Belo Horizonte (0,61%), por conta das altas da gasolina (4,49%) e da energia elétrica residencial (3,89%). Já o menor resultado ocorreu em Goiânia (-0,05%), que apresentou queda nos preços do etanol (-4,23%) e da gasolina (-1,63%).