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Prejuízo dos Correios sobe para R$ 6,05 bilhões até o terceiro trimestre do ano

Valor é quase o triplo do registrado no mesmo período de 2024; empresa negocia plano de recuperação que prevê empréstimo de R$ 20 bi com garantia do Tesouro

28 nov 2025 - 20h05
(atualizado às 20h41)
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BRASÍLIA - Os Correios registraram prejuízo de R$ 6,05 bilhões até o terceiro trimestre de 2025, informou a estatal em divulgação de resultados nesta sexta-feira. O valor é quase o triplo do prejuízo de R$ 2,13 bilhões do mesmo período do ano passado.

"Conforme cenário previsto pela Administração, o prejuízo acumulado chegou a R$ 6 bilhões até setembro", afirmou a companhia em comunicado aos seus funcionários, pouco antes da divulgação do balanço.

Centro de Distribuição dos Correios na zona sul da cidade na Rua Juquis, bairro de Moema.
Centro de Distribuição dos Correios na zona sul da cidade na Rua Juquis, bairro de Moema.
Foto: Foto Tiago Queiroz/Estadão / Estadão

Apenas no terceiro trimestre, o prejuízo foi de R$ 1,69 bilhão, contra R$ 785 milhões do mesmo período de 2024.

Segundo a empresa, no período, houve redução de receitas e aumento de despesas e, por isso, é necessário a aprovação do plano de recuperação que prevê um empréstimo de até R$ 20 bilhões garantido pelo Tesouro.

"Nesse período, houve redução nas receitas e aumento nas despesas operacionais, além de maior exigência na gestão das obrigações judiciais e trabalhistas - fatores que influenciaram os indicadores e reforçaram a importância das medidas estratégicas já em curso para reequilibrar as finanças da empresa", disse a companhia.

De janeiro a setembro, as receitas da empresa sofreram uma queda de 12,72%, caindo de R$ 14,15 bilhões, em 2024, para R$ 12,35 bilhões, em 2025.

Ao mesmo tempo, houve forte aumento das despesas gerais e administrativas, que saltaram 53%, de R$ 3,13 bilhões para R$ 4,81 bilhões.

Outro grupo de gastos que também que também subiu fortemente foras as despesas financeiras, de R$ 466 milhões para R$ 1,09 bilhão, um aumento de 133%.

"Os Correios ainda enfrentam desafios estruturais que comprometem sua competitividade, como a redução das receitas em linhas tradicionais, a intensificação da concorrência em segmentos de maior rentabilidade, a rigidez dos custos decorrente da obrigação de atender todos os municípios independentemente da demanda ou rentabilidade", disse a companhia.

A empresa também destacou que houve aumento de gastos com pessoal, em virtude de reajuste salarial de 4,11%, após acordo coletivo e despesas com Programa de Demissão Voluntária (PDV).

"O incremento no custo com pessoal deve-se ao reajuste salarial e outros benefícios aos empregados, estabelecidos no Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025, bem como os desembolsos gerados pelo PDV/2024. Destaca-se o reajuste linearde 4,11% para mais de 55 mil empregados e o resgate da cláusula sobre a gratificação de 70% de férias", disse a empresa.

Plano de recuperação

Na última semana, os Correios aprovaram o plano de recuperação, que contempla três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento.

"Nos próximos 12 meses, os recursos serão aplicados em medidas determinantes, tais como: Programa de Demissão Voluntária e remodelagem dos custos com plano de saúde; 100% de adimplência com fornecedores; modernização e readequação do modelo operacional e infraestrutura tecnológica; liquidez assegurada durante a evolução do modelo econômico da empresa ao longo de 2026?, afirmaram os Correios.

Em setembro, conforme antecipou o Estadão, Emmanuel Rondon assumiu a companhia, no lugar do advogado Fabiano Silva dos Santos.

Desde que assumiu o cargo, Rondon tem dito a interlocutores que não existe "bala de prata" para reverter a crise da empresa. Antes mesmo de aceitar o posto, ele identificou um descasamento de R$ 7,6 bilhões entre ativos e passivos de curto prazo da empresa, de menos de 12 meses, o que motivou o pedido de empréstimo com aval do governo federal.

"A Administração dos Correios está totalmente comprometida em conduzir esse processo com diálogo, responsabilidade etransparência. É um plano robusto, com ações firmes que exigirão compromisso com o resultado esperado, pois todas asiniciativas serão fundamentais para assegurar o futuro dos Correios enquanto uma empresa pública", disse a empresa em seu balanço.

O fluxo de caixa da empresa foi projetado até dezembro de 2025, e o pedido de R$ 20 bilhões visa quitar o empréstimo atual da companhia, no valor de R$ 1,8 bilhão com um grupo de bancos, além de regularizar dívidas com fornecedores, cobrir a folha de pagamentos e realizar investimentos.

Na última semana, a empresa aprovou o plano de recuperação e agora aguarda a proposta dos bancos com as condições para o empréstimo. Tudo isso terá de ser avaliado e aprovado pelo Tesouro Nacional, que será o avalista da operação.

Como mostrou o Estadão, o empréstimo de R$ 20 bilhões é maior do que qualquer outra garantia concedida pela União para estatais, Estados e municípios nos últimos 15 anos.

Estadão
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