IGP-DI registra deflação de 0,96% em junho, aponta FGV
O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou mais do que o esperado em junho, com a primeira deflação dos preços ao consumidor em quase quatro anos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira.
No mês passado, o IGP-DI recuou 0,96%o após queda de 0,51% em maio, e contra expectativa em pesquisa da Reuters de deflação de 0,70%.
Os dados mostram que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) passou a cair 0,32% no período, sobre alta de 0,52% antes. Esta é a primeira vez que o IPC-DI recua desde julho de 2013, quando houve queda de 0,17%.
O IPC-DI mede a evolução dos preços às famílias com renda entre um e 33 salários mínimos mensais e corresponde a 30% do IGP-DI.
A principal contribuição para o resultado do IPC foi a queda de 0,74% nos preços do grupo Habitação, após avanço de 1,71% em maio, com destaque para o item tarifa de eletricidade residencial.
O IBGE divulga nesta sexta-feira os números de junho da inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA, e a expectativa é de que o Brasil tenha registrado deflação mensal em junho pela primeira vez em 11 anos, o que deixa a porta aberta para outro corte da taxa de juros pelo Banco Central neste mês, segundo pesquisa da Reuters, que aponta que o IPCA provavelmente caiu 0,17% em junho.
Já o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) terminou o mês com deflação de 1,53%, sobre queda de 1,1% em maio. O índice responde por 60% do IGP-DI.
Somente os produtos agropecuários passaram a recuar 2,88% em junho, ante queda de 0,72% no mês anterior.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI), por sua vez, teve alta de 0,93%, acima dos 0,63% de maio. O INCC representa 10% do IGP-DI.
O IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. Também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral.