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Pilotos exigem treinamentos melhores caso Boeing queira recuperar confiança em 737 MAX

28 abr 2019 - 13h35
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Pilotos de companhias aéreas norte-americanas alertaram que as propostas preliminares de treinamento da Boeing para o problemático 737 MAX não abordam por completo as preocupações, de acordo com comentários por escrito submetidos à Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) e vistos pela Reuters.

Os comentários foram escritos pela Associação dos Pilotos Aliados (APA), que representa os pilotos da American Airlines Group Inc, a maior companhia aérea do mundo e uma das maiores operadoras do 737 MAX nos EUA.

O apoio da Associação é importante por que a Boeing já disse que a confiança dos pilotos no 737 MAX irá desempenhar um papel crítico para convencer o público de que a aeronave é segura para voar novamente. 

O 737 MAX da Boeing, que foi vendido rapidamente após seu lançamento, teve que ser impedido de voar em março após um acidente fatal da Ethiopian Airlines que matou as 157 pessoas a bordo apenas cinco meses depois que um acidente semelhante da Lion Air matou todos os 189 passageiros e tribulação. 

Agora a Boeing se apronta para apresentar à agência reguladora uma última atualização de software e um pacote de treinamento para abordar um sistema de correção de ângulo da aeronave, conhecido com MCAS e que desempenhou um papel relevante nos dois acidentes. 

Um relatório preliminar feito por um conselho de pilotos, engenheiros e outros especialistas indicados pela FAA concluiu que os pilotos precisam apenas de mais treinamentos computadorizados para melhor entender o MCAS, em vez de recomendar mais tempo no simulador. O público tem até 30 de abril para fazer comentários. 

Manifestantes são esperados do lado de fora do encontro anual da Boeing em Chicago na segunda-feira, onde acionistas também irão questionar a empresa sobre seu histórico de segurança. 

A APA argumenta que meras explicações por computador "não irão garantir um nível de confiança por pilotos que não apenas se sintam confortáveis em comandar a aeronave, como também com o público que viajará nela". 

A associação diz que o treinamento do MAX, que originalmente possuía um curso de uma hora para iPad, deveria incluir vídeos de sessões no simulador mostrando como o MCAS funciona, assim como demonstrações de outras emergências de cabine, como o estabilizador de fuga, uma perda de controle que ocorreu em ambos os acidentes. 

A APA também pediu mais treinamentos recorrentes em simuladores que incluem cenários como os experimentados pelos pilotos da Lion Air e da Ethiopian Airlines, além do treinamento computadorizado. 

"Quando pilotos experimentam visualmente os modos de falha e os aplicam, a lição é consolidada em suas mentes", escreveu a associação. 

Os treinamentos requisitados em simulador atrasariam o retorno do MAX ao funcionamento por conta do agendamento de sessões de simulação para viagens a centenas de milhares de pilotos. As horas em simuladores chegam a custar entre 500 e 1000 dólares, excluindo os gastos com gastos de viagem.

(reportagem adicional de Eric M. Johnson em Seattle, Allison Lampert em Montreal, David Shepardson em Washington, Heekyong Yang em Seul e Jamie Freed em Singapura)

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