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Petrobras espera ofertas pela Liquigás em agosto

25 jul 2019 - 17h17
(atualizado às 17h50)
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A próxima empresa a ser vendida pela Petrobras em meio a seu plano de desinvestimentos será a subsidiária de distribuição de botijões de gás Liquigás, disse nesta quinta-feira o presidente da estatal, Roberto Castello Branco.

A petroleira, que detém 100% da Liquigás, abriu processo para se desfazer da companhia em abril. Antes, a Petrobras havia chegado a anunciar a venda da empresa para o Grupo Ultra, mas o negócio foi vetado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em fevereiro de 2018.

Logo da Petrobras no prédio da empresa no Rio de Janeiro.
Logo da Petrobras no prédio da empresa no Rio de Janeiro.
Foto: Reuters

"A próxima (empresa) a deixar o Estado será a Liquigás, agora no mês de agosto. A Petrobras está vendendo 100% da Liquigás e deve receber as ofertas vinculantes finais no dia 7 de agosto", disse Castello Branco em cerimônia de oferta de ações da BR Distribuidora na bolsa paulista, a B3.

A Liquigás, que possui 20 milhões de clientes e cinco mil pontos de venda, teve receita de R$ 5,6 bilhões e lucro líquido de R$ 147,5 milhões em 2018.

Em junho, Castello Branco já havia indicado que a Petrobras deixaria o setor de transporte e distribuição de gás, destacando que aguardava os próximos passos da venda da Liquigás.

Privatização da BR Distribuidora

A operação realizada na noite de terça-feira envolvendo a BR Distribuidora, até então controlada pela Petrobras, foi o motivo da cerimônia nesta quinta-feira.

Nela, o CEO da petroleira confirmou que desde então a empresa já vendeu um lote extra de ações da distribuidora, reduzindo ainda mais sua parcela, para 37,5%, em operação que totaliza cerca de R$ 9,6 bilhões.

"Para a oferta-base e o 'greenshoe', a demanda foi quatro vezes superior à oferta. A operação foi um sucesso", disse Castello Branco, acrescentando que, como acionista, a Petrobras vai cobrar resultados da BR. "Queremos uma empresa leve, ágil e de custos baixos."

Por sua vez, o presidente da BR Distribuidora, Rafael Grisolia, disse que a partir de agora o objetivo da empresa, que não tem mais o controle da estatal, é se tornar a mais rentável do setor, no qual já é a maior companhia no Brasil. Para Grisolia, a gestão privada dá um "grau de eficiência" ao ativo em um mercado de competidores "sofisticados".

Desinvestimentos da Petrobras

Roberto Castello Branco destacou os desinvestimentos já realizados pela Petrobras, afirmando que a empresa acumula no ano US$ 15 bilhões em vendas de ativos, e prometeu que há "muito mais" por vir.

"Neste mês de julho completamos 15 bilhões de dólares em desinvestimentos, e vem muito mais", disse o executivo, classificando a primeira privatização brasileira via mercado de capitais como histórica, no que chamou de "verdadeiro capitalismo".

"Temos um amplo programa de desinvestimentos... Outros farão melhor que a Petrobras. Nós faremos nosso trabalho muito bem na exploração e produção de petróleo e gás."

Além de Liquigás e BR Distribuidora, a Petrobras já encaminhou neste ano, por exemplo, desinvestimentos em campos petrolíferos, refinarias e gasodutos, com vendas como a da Transportadora Associada de Gás (TAG) e dos campos de Pampo e Enchova.

Estado menor

Também presente ao evento, o secretário Especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, celebrou a privatização da BR Distribuidora, dizendo que o fato deve ser encarado como uma sinalização do governo de Jair Bolsonaro em direção à diminuição do Estado e ao foco no social.

"Nós estamos começando a fazer um novo modelo, em que a iniciativa privada deve ser protagonista do mundo dos negócios, e não mais o Estado-empresário", afirmou Mattar, acrescentando que o país sente os primeiros passos em direção a uma economia de livre mercado.

Para ele, a sociedade mudou e hoje conclama que certas organizações devam ser privatizadas, com o governo destinando seus recursos para a "qualidade de vida do cidadão".

Perguntado sobre quais seriam os próximos focos para privatizações do governo, o secretário preferiu não mencionar companhias específicas, mas disse que há uma série de empresas sendo preparadas para isso.

"As privatizações vão acontecer lenta e gradualmente, mas de forma constante", decretou, ponderando que as companhias que ficarão no Estado são as "estratégicas".

"O presidente (Jair Bolsonaro) possui uma forte intuição, e ele saberá, juntamente com o ministro (Paulo) Guedes, escolher aquelas empresas que deverão ser as primeiras a serem privatizadas", afirmou.

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