Páscoa 2025: por que o preço do chocolate subiu quase 70% em cinco anos
O preço do ovo subiu até 67% em 2025, impulsionado por calor extremo, alta no custo do milho e aumento da demanda na Quaresma.
Nos últimos cinco anos, a cesta de Páscoa ficou 69,87% mais cara, liderada pelo chocolate, que subiu acima da inflação (35,43%) devido à alta do cacau e redução na produção de ovos de Páscoa.
Nos últimos cinco anos, a cesta de Páscoa ficou quase 70% mais cara, com destaque para o chocolate, que teve alta bem acima da inflação no período.
Dados da Rico mostram que a inflação da cesta de Páscoa — que inclui pescados, frutas, chocolates, biscoitos, leite condensado, açúcar, azeite e outros — teve uma alta de 69,87% entre fevereiro de 2020 a fevereiro de 2025.
Conforme o resultado do estudo, os itens tiveram um comportamento variado, com a maioria das categorias subindo acima do IPCA (que no período ficou em 35,43%). A tradicional estrela da Páscoa, o chocolate, segue pesando no orçamento das famílias. O chocolate (barra e bombom) registrou alta expressiva nos últimos cinco anos. [Confira abaixo]
“O comportamento dos preços revela um cenário misto, mas que, no conjunto, manteve a Páscoa mais cara para o consumidor”, avalia Maria Giulia Figueiredo, analista de research da Rico.
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Entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025, os preços dos itens tradicionalmente consumidos na Páscoa subiram, em média, 5,28% — ligeiramente acima do IPCA do período (5,06%).
Mesmo com uma queda nos preços do cacau em 2025, essa redução ainda não foi sentida nos ovos de Páscoa, já que os estoques foram comprados anteriormente, a preços mais altos.
Inflação acumulada nos últimos 5 anos
- Azeite de oliva: 119,36%
- Açúcar cristal: 85,69%
- Açúcar refinado: 81,98%
- Morango: 81,24%
- Chocolate e achocolatado em pó: 69,81%
- Chocolate em barra e bombom: 56,43%
- Leite condensado: 55,05%
- Manteiga: 50,36%
- Biscoito: 46,23%
- Balas: 30,80%
- Pescados: 19,15%
- Cesta de Páscoa: 69,87%
- IPCA (referência): 35,43%
O que fez esses itens ficarem mais caros?
Justificativa 1: Além do açúcar (que acumulou alta superior a 80% em cinco anos), o cacau teve uma valorização de 173% apenas em 2024, em razão de problemas climáticos nas maiores regiões produtoras do mundo, como a Costa do Marfim e Gana.
Justificativa 2: Além disso, a produção de ovos foi reduzida: a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) aponta que foram produzidos cerca de 45 milhões de ovos em 2025, uma queda de 22,4% em relação a 2024. Com menos oferta, o impacto nos preços é inevitável.
"Embora produtos como açúcar refinado, açúcar cristal e morango tenham registrado queda nos preços nos últimos 12 meses, alguns deles foram os que mais acumularam alta nos últimos cinco anos. Ou seja, a deflação recente pode ser mais um ajuste pontual após picos de preço do que uma tendência de alívio duradouro”, completa Maria Giulia Figueiredo.