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Pandemia fez com que as pessoas pegassem 'gosto' pela criação de conteúdo, diz YouTube

Estudo do site de vídeos do Google, que faz parte dos conteúdos do festival Cannes Lions 2021, aponta que as pessoas utilizaram vídeos para se sentirem mais conectadas com as outras

21 jun 2021 - 09h10
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A criação de conteúdo em vídeo por pessoas comuns é um caminho sem volta. Pelo menos, essa é a visão do YouTube para os próximos anos. Para Kevin Allocca, que é o líder da área e cultura e tendências da rede social de vídeos da Alphabet, dona do Google, a pandemia fez com que as pessoas perdessem a timidez para fazer vídeos próprios e a tendência é que isso continue mesmo após as medidas de distanciamento acabarem no mundo, inclusive no Brasil.

A cantora Marília Mendonça durante live
A cantora Marília Mendonça durante live
Foto: Reprodução YouTube/ Marília Mendonça / Estadão

Segundo Allocca, a criação de conteúdo em vídeo fez com que as pessoas se sentissem mais conectadas umas às outras em um período tão complicado. "As pessoas estão criando cada vez mais vídeos e isso se tornou uma ferramenta cada vez mais importante na vida delas", diz Allocca. "Essa experiência criou todo um senso de comunidade."

Em uma pesquisa realizada pela consultoria Ipsos, a pedido do YouTube, 57% dos respondentes afirmaram que criar um conteúdo em vídeo os ajudou a se sentir mais conectado com outras pessoas. Esses dados, que foram obtidos com exclusividade pelo Estadão, serão apresentados por Kevin Allocca em conteúdo que faz parte do Cannes Lions - Festival Internacional de Criatividade, evento que tem o Estadão como representante oficial no País.

Febre das lives

As lives, que fizeram bastante sucesso no início da pandemia, mas que perderam um pouco de força com a extensão das medidas de distanciamento, também tiveram papel importante nisso. Mesmo assim, segundo a pesquisa, 64% das pessoas no Brasil se sentiram menos sozinhas ao assistir shows ao vivo de grandes artistas.

O Brasil, aliás, ganhou um grande destaque com shows que bateram recordes de audiência em todo o mundo. O caso mais notório foi o da cantora sertaneja Marília Mendonça, que, mesmo cantando em sua própria sala de estar, chegou a ter uma audiência de 3,3 milhões de pessoas simultaneamente no pico da transmissão.

Essa simplicidade, aliás, pode ter sido um dos pontos a favor da cantora. Segundo o relatório de tendências do YouTube, as pessoas começaram a procurar conteúdo que se identificassem. Isso no mundo inteiro e até mesmo com alguns conteúdos bem exóticos. Um exemplo é que houve vídeos de casamentos coletivos na Coreia do Sul que ultrapassaram 1 milhão de visualizações.

Mas esse tipo de conteúdo continuará em alta mesmo após as pessoas voltarem a ter uma vida mais normal? Para Allocca, sim. "Essas tendências estão continuando e o que a pandemia fez foi acelerar esse processo", afirma o executivo.

Não à toa, vídeos de podcasts baseados em conversas mais informais também têm dado muito resultado, segundo o YouTube. Um exemplo é o Flow Podcast, apresentado por Bruno Aiub, o Monark, e outro por Igor Coelho, o 3K, que amealhou fãs durante a pandemia. Desde janeiro de 2020, o Flow ganhou mais de 200 milhões de visualizações, de acordo com a rede social.

Além disso, até vídeos de viagens passaram a fazer mais sucesso durante a pandemia. Mas um tipo de viagem diferente. O canal Lucas MotoVlog, de Lucas Santana, ganhou mais seguidores durante a pandemia e com um tipo conteúdo bem simples e inusitado: Santana em cima de sua moto fazendo trilhas. Os vídeos desse tipo na plataforma receberam mais de 40 milhões de visualizações no Brasil desde o começo do ano passado.

Alta de receitas

Vídeos como esses e as pessoas presas em casa por causa da pandemia fez com que o YouTube faturasse muito mais em 2020 do que no ano anterior. A receita gerada por publicidade na rede social da Alphabet no ano passado cresceu quase 45%, para US$ 6,8 bilhões. E esses valores devem continuar sendo incrementados, pois cada vez mais o YouTube tem sido destino de campanhas - até mesmo exclusivas.

"Hoje, na publicidade, não existe mais fazer uma campanha para TV aberta, paga ou internet. Tudo é vídeo. Inclusive, já existem campanhas que começam no YouTube e só depois vão para a televisão", diz Edu Lorenzi, CEO da Publicis.

Agora, o YouTube quer também arrancar um pedaço das receitas que rivais como TikTok e Instagram estão conseguindo com vídeos curtos. Em maio, o YouTube começou a lançar o seu Shorts, que são os vídeos de até 60 segundos e que serão reunidos no mesmo espaço. Trata-se de uma boa ferramenta para canais serem mais conhecidos.

"É um tipo de vídeo que cresce muito e o YouTube está investindo muito nisso", diz Allocca. "Queremos ajudar as pessoas a serem mais criativas."

Estadão
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