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OCDE abaixa projeção de crescimento do PIB do Brasil em 2019

Brasil é apontado pela organização internacional como uma das fontes de instabilidade da economia global no ano que vem

21 nov 2018 - 09h47
(atualizado às 11h31)
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A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019 de 2,5% para 2,1% no seu relatório "Perspectiva Econômica" de novembro, divulgado nesta quarta-feira, 21. A estimativa para a expansão em 2018 ficou intacta em relação aos números de setembro, em 1,2%.

O País é, inclusive, apontado como uma das fontes de instabilidade para a economia global no ano que vem. "A perspectiva mais turbulenta em 2019 reflete prospectos em deterioração, principalmente em mercados emergentes como a Turquia, a Argentina e o Brasil, enquanto a desaceleração adicional em 2020 é mais um reflexo de desdobramentos em economias avançadas à medida que o comércio em ritmo mais lento e os suportes fiscal e monetário mais baixos se fazem presentes", diz a entidade no documento.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019 de 2,5% para 2,1%
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019 de 2,5% para 2,1%
Foto: Reuters

Para a OCDE, a incerteza política em torno da implementação de reformas estruturais, especialmente a da Previdência, permanece "significativa" e poderia "descarrilar" a retomada econômica, "mas se a incerteza se esvair e as reformas avançarem como presumidas, o investimento vai se tornar mais forte".

Ainda que tenha revisado para baixo o crescimento brasileiro no ano que vem, a OCDE projeta que a política monetária no País sofra um aperto em 2019 "à medida que a economia ganha ímpeto". Mas alerta: sem uma grande redução dos gastos públicos, a sustentabilidade das contas fiscais permanecem sob risco, "especialmente devido às crescentes despesas com aposentadorias".

"A dívida pública bruta subiu para 77% do PIB e o balanço primário de -1,2% do PIB permanece significativamente abaixo dos +2% necessários para estabilizar a dívida pública", afirma a OCDE.

Crescimento global

A economia global deverá experimentar um pouso suave nos próximos anos, mas há riscos crescentes de que barreiras comerciais, saídas de capital de países emergentes e o aumento dos preços do petróleo comprometam essa trajetória, segundo relatório de perspectiva econômica divulgado hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

No documento, a OCDE estima que o crescimento da economia global provavelmente atingirá o ápice de 3,7% este ano e deverá desacelerar para o nível de 3,5% em 2019 e 2020. Anteriormente, a entidade previa avanço de 3,7% para o próximo ano.

Segundo a OCDE, as tensões comerciais que ganharam força este ano, principalmente entre Estados Unidos e China, já tiraram entre 0,1 e 0,2 porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2018.

A OCDE manteve sua projeções de expansão do PIB dos EUA em 2,9% em 2018 e 2,7% em 2019, prevendo uma desaceleração para 2,1% em 2020, à medida que diminuir o impacto de cortes de impostos e de aumentos nos gastos e que as altas de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começarem a pesar na economia.

Na avaliação da OCDE, os governos mundiais precisam preparar planos de gastos que possam ser implementados rapidamente e de forma coordenada para o caso de a economia global sofrer uma forte desaceleração, visto que os grandes bancos centrais quase já não tem mais instrumentos para combater um arrefecimento econômico.

Na última década, os bancos centrais foram os maiores responsáveis por salvar a economia global da desaceleração que se seguiu à crise financeira iniciada em 2008.

Num momento em que os bancos centrais retiram estímulos monetários ou se preparam para isso, a OCDE prevê que a taxa básica de juros do Fed deverá estar na faixa de 3,25% a 3,50% até o fim de 2019, ante o intervalo atual de 2% a 2,25%. Já o Banco Central Europeu (BCE) deverá voltar a elevar seu juro básico de mínimas históricas perto do fim de 2019, diz a entidade. Quanto ao Banco do Japão (BoJ), a OCDE acredita que a instituição talvez precise repensar sua estratégia e estabelecer uma nota meta de inflação.

A OCDE reduziu suas projeções de crescimento na zona do euro, Japão e China neste e no próximo ano, projetando desaceleração em todas essas áreas em 2020.

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Inflação bem comportada:
Estadão
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