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O futuro do trabalho precisa mesmo ser híbrido?

É de grandes transformações como a que estamos vivendo que vamos repensar a qualidade de vida

20 out 2022 - 01h30
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Foto: Adobe Stock

Há alguns dias, me deparei com uma notícia que chamou a minha atenção: uma matéria que falava sobre uma carta que colaboradores da Apple escreveram contra o retorno do trabalho presencial. Depois de um longo período, a gigante da tecnologia anunciou um plano em que convocava seus funcionários para irem três dias por semana ao escritório.

Após a leitura, o que me veio à cabeça foi: “independente da empresa que seja, será que é necessário fazer as pessoas irem aos escritórios, desperdiçarem um tempo precioso se elas rendem mais e trabalham mais felizes no conforto dos próprios lares?”

Em busca de algumas respostas que ilustrassem aquela decisão, descobri que, em 2020, de acordo com uma notícia da ONU, o trabalho remoto era uma opção para apenas 3% dos trabalhadores na América Latina. Atualmente, esse número está entre 20% e 30%. 

Se analisarmos apenas o Brasil, dados de Busca Google 2019 vs. 2021 indicam que o número de pessoas que buscam postos de trabalho remoto aumentou 340% nos últimos dois anos.

A reclamação dos funcionários faz sentido

Como você pôde perceber, a carta que eu mencionei no início do texto faz todo sentido. Principalmente, porque os indicadores servem como parâmetro para entendermos que o comportamento do ser humano mudou de 2020 para cá e, consequentemente, a forma de pensar o trabalho também.

Embora essa discussão seja muito recente e que muita água há de passar por debaixo dessa ponte, acredito que, após dois anos de experiências, não dá mais para pensar o futuro do trabalho sem considerar a qualidade de vida dos nossos colaboradores.

Na empresa que eu fundei, estamos 100% remotos. Temos um escritório de apoio e que utilizamos para reuniões e encontros pontuais. “E a produtividade, Mauro?” Aumentou. Mas esse nem é o ponto principal.

Os relatos são a parte mais gratificante. Uma de nossas colaboradoras pôde visitar a família em Portugal e continuou trabalhando alguns dias antes de aproveitar as tão esperadas férias. Ou seja, nem precisa ser home office. Aqui, nós chamamos de anywhere office. Cada um trabalha de onde preferir e tudo bem.

Pessoas que antes gastavam quase duas horas no deslocamento até a empresa, agora podem passar mais tempo com os filhos, fazer um curso, ir para a academia ou realizar tarefas de casa ou simplesmente dormir um pouco mais.

A produtividade aumenta com o home office

O IT Investment Trends, IDC Latin America Analysis 2008 - 2020 aponta que empresas que se propõem a possibilitar experiências que levem em consideração não apenas o crescimento e o comprometimento, mas também o bem-estar podem ter resultados muito positivos. Entre os benefícios, 43% dos trabalhadores aumentam a produtividade e 41% se tornam mais leais às empresas.

Apesar de ser desafiador, nós temos a tecnologia a nosso favor. Soluções em nuvem, Inteligência Artificial, videochamadas, workspaces que permitem reunião de equipes e, no caso da empresa que fundei, temos nosso próprio espaço no metaverso. Por lá já fizemos o relançamento da nossa marca, assinamos contrato, fazemos reuniões e o mais importante: encurtamos distâncias para que, mesmo longe, estejamos sempre perto uns dos outros.

Como gestores, precisamos olhar para esse novo momento como uma oportunidade de recriar os métodos de trabalho. É de grandes transformações como a que estamos vivendo que podemos repensar nossas práticas para que tenhamos mais qualidade de vida.

(*) Mauro Inagaki é fundador e CEO da B2finance.

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