Script = https://s1.trrsf.com/update-1765224309/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Nubank: Nossos clientes deixaram de pagar R$ 111 bi em tarifas bancárias, diz David Vélez

Fintech buscará licença bancária no Brasil; poderá ser via pedido ao Banco Central ou pela compra de uma instituição financeira, diz o fundador e CEO

9 dez 2025 - 17h46
(atualizado às 17h56)
Compartilhar
Exibir comentários

O fundador e CEO do Nubank, David Vélez, disse que, desde que a fintech foi criada, há 12 anos, os clientes deixaram de pagar R$ 111 bilhões em tarifas bancárias. As declarações, em conversa com um grupo de jornalistas, na tarde desta terça-feira, 9, sucedem uma troca pública de críticas entre o Nubank e a Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban).

"São R$ 111 bilhões que estariam hoje no bolso desse oligopólio bancário que existia em 2013", disse Vélez. As receitas dos cinco maiores bancos caiu de 81% do sistema para 71%, ressaltou o executivo. "Ganhou o consumidor, ganhou o acionista do Nubank, ganhou o Brasil."

Nesta terça-feira, o Nubank completa quatro anos da abertura de capital nos Estados Unidos, a última grande oferta de ações de uma empresa brasileira em Nova York, em dezembro de 2021.

'Nossa obsessão é com nosso cliente e não com os concorrentes', disse Vélez
'Nossa obsessão é com nosso cliente e não com os concorrentes', disse Vélez
Foto: Alex Silva/Estadão / Estadão

Vélez disse que desde o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), o lucro e as receitas do Nubank se multiplicaram por 10 e o banco atraiu 80 milhões de clientes. A fintech tem receitas de US$ 4,2 bilhões e lucro bruto de US$ 1,8 bilhão.

Vélez citou ainda que o Nubank foi a primeira startup brasileira a conseguir atrair grandes fundos de venture capital para o Brasil e reforçou o papel do Nubank na inclusão financeira. Ele ressaltou que, só este ano, já pagou R$ 8 bilhões em impostos, considerando os três primeiros trimestres.

"Nossa obsessão é com nosso cliente e não com os concorrentes", disse o fundador do Nubank, ressaltando que, em reuniões internas, mal se fala de outros bancos. "Começamos do zero e viramos a maior empresa brasileira em 12 anos", disse Vélez.

A presidente no Brasil do Nubank, Livia Chanes, disse que a fintech incluiu de 28 milhões a 30 milhões de pessoas no sistema, que fizeram a primeira compra no cartão de crédito com o plástico do banco. "Estamos crescendo o número de clientes que escolhem o Nubank como banco principal."

Licença bancária no Brasil

Livia Chanes disse que a fiontech está considerando todas as possibilidades para obter uma licença bancária no Brasil. Pode ser via pedido ao Banco Central ou pela compra de uma instituição financeira. Vélez disse que, se houver uma compra, vai ser de uma instituição pequena, apenas pelo caso da licença.

Na semana passada, o Nubank anunciou que pretende obter uma licença bancária em 2026. Vélez ressaltou que o interesse pela licença ocorreu por causa da nova legislação do Banco Central, que quer barrar o nome "bank" ou "bancos" de fintechs ou instituições que não tenham essa licença específica."

Uma licença bancária não muda absolutamente nada em termos de operação", disse Vélez, ressaltando que o Nubank conseguiu ter vários produtos e serviços com as licenças que tem atualmente."Não tem mudança operacional, não vamos fazer mudança de produto", disse Livia Chanes.

Licença bancária nos EUA

Vélez disse que o processo de obtenção de licença bancária nos Estados Unidos está indo mais rápido do que a fintech imaginava quando iniciou o processo. Ele, porém, preferiu não dar previsões de prazos.

Nos EUA, assim como no México, é obrigatório o pedido de licença bancária aos reguladores. "Nos EUA, desde janeiro, estamos vendo processo indo mais rápido do que a gente imaginava. Falavam em dois a três anos, mas vai ser mais rápido", disse Vélez em conversas com jornalistas.

O interesse da fintech pelos EUA é que o mercado americano responde por 50% do mercado financeiro global. "Os EUA são mais evoluídos em algumas áreas e menos em outras. O Brasil, em algumas áreas, está cinco anos mais desenvolvido que os EUA", disse o fundador do Nubank, citando entre os avanços brasileiros o Pix.

No mercado americano, ainda não há um Pix tão amplo como o brasileiro e há ainda um modelo muito baseado em agências físicas. E quem paga essa conta dessa rede são os clientes, ressaltou na conversa. "Tem umas áreas bem servidas, outras mal servidas", ressaltou.

Vélez disse que a fintech vai usar nos EUA o mesmo modelo de expansão que usou no México e na Colômbia, onde lançou, por exemplo, primeiro um cartão.

Para Vélez, o principal concorrente mundial do Nubank é o inglês Revolut, que tem um modelo parecido.

Nos EUA, por enquanto a estratégia é crescer de forma orgânica. Para bancar a expansão por lá, a fintech pretende usar recursos próprios, captados na abertura de capital em dezembro de 2021 e ainda não utilizados. No IPO, o Nubank captou US$ 2,8 bilhões. "Não gastamos um centavo", disse ele.

A perspectiva para 2026

O ano de 2026 pode ser importante para a internacionalização do Nubank, disse Vélez. Ele evitou, no entanto, dar detalhes dos próximos países que a fintech pretende entrar. O mais recente foi os Estados Unidos, com o pedido de licença bancária anunciado no final de setembro e que, segundo o CEO, está avançando mais rápido do que se esperava.

No México, Vélez ressaltou que a curva de crescimento até agora tem sido mais rápida do que no Brasil. Ele ressaltou que o sistema de pagamentos instantâneo no México, semelhante ao Pix brasileiro, ainda não funcionou a contento, ao contrário da Colômbia, onde avançou mais.

O fundador do Nubank também defendeu a contratação de Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central e criticado na época por ter ido do regulador para o regulado. Vélez disse que o executivo tem "alto conhecimento" e será importante no processo de internacionalização da fintech.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade