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Novo Nafta é um 'mau negócio', dizem produtores de leite do Canadá

1 out 2018 - 11h26
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Ottawa, 1 - O setor de produtos lácteos do Canadá classificou como um "mau negócio" o novo acordo comercial do país com os Estados Unidos (EUA). A reação deve-se às concessões feitas pelo governo canadense no segmento de laticínios na revisão do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês). Na manhã desta segunda-feira, 1º de outubro, o governo norte-americano anunciou a assinatura pelas três potências do Acordo Estados Unidos-Canadá-México (USMCA, na sigla em inglês) que reduz as barreiras comerciais entre os países vizinhos.

O grupo de lobby Produtores de Lácteos do Canadá informou que o acordo concede acesso a 3,6% adicionais do mercado de lácteos do país; elimina as classes de preço no mercado interno o que, segundo o grupo, ajudou o Canadá a competir com alguns produtos norte-americanos; e limita a capacidade de exportação dos produtores de leite locais. "Isso aconteceu apesar das garantias de que nosso governo não assinaria um acordo ruim para os canadenses", acrescenta o presidente da entidade, Pierre Lampron.

A indústria de lácteos do Canadá vale 6 bilhões de dólares canadenses (US$ 4,62 bilhões) em vendas agrícolas e outros 15 bilhões de dólares canadenses em processamento de alimentos, de acordo com o governo do país. O regime de gerenciamento de suprimentos do país limita a produção de produtos lácteos por meio da distribuição de cotas, que ditam o quanto os agricultores têm permissão para vender no mercado interno e estabelecem preços fixos para as vendas agrícolas. O sistema também impõe tarifas sobre as importações de laticínios acima de níveis específicos para limitar a concorrência estrangeira.

No fim de agosto, em meio às negociações para revisão do acordo comercial, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, garantiu a manutenção do sistema governamental de proteção à indústria canadense de laticínios, conhecida no país como "gestão de oferta".

"Defenderemos a gestão de oferta", prometeu na ocasião. A revisão nas tarifas de laticínios estava entre os principais objetivos do governo norte-americano com o novo acordo comercial. Em meados de setembro, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, chamou as proteções ao setor no Canadá de "desgraça", mirando nas altas tarifas do país sobre alguns produtos lácteos estrangeiros, que variam de 200% a 300%, caso os volumes de importação ultrapassem os limites das cotas permitidas. Fonte: Dow Jones Newswires.

Estadão
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