Com alopécia, psicopedagoga enfrentou o bullying e hoje treina professores
Desde muito cedo, Gleiciane de Oliveira Maziotti entendeu que não era igual aos outros. “Quando iniciei na escola, eu não fui bem acolhida. Sentia medo e a falta dos meus pais. Isso criou em mim um trauma. A mudança repentina, professores despreparados e todos os outros sentimentos envolvidos levaram ao desenvolvimento de uma condição chamada alopécia androgenética, que faz com que o indivíduo não tenha pelos em todo o corpo”, conta a educadora de 37 anos, nascida em Curitiba.
“Infelizmente o que acontece na escola não fica só na escola, levamos para a vida e o bullying que sofri a partir dessa doença autoimune trouxe um tipo de sofrimento que transformei em força para ser a profissional que sou hoje", comenta.
A rejeição e os comentários cruéis que ouvia dos colegas a fizeram desistir dos estudos. “Falavam que eu tinha AIDS, que eu tinha câncer. Aquilo me feriu profundamente, a ponto de eu abandonar a escola”, relembra.
Mas o que poderia ser o fim de uma trajetória acadêmica se tornou o ponto de virada na sua vida. Determinada a reescrever sua história, Gleiciane decidiu voltar a estudar na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos), ingressou em uma graduação e posteriormente se especializou com uma pós-graduação em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Especial.