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Empreendedora tem redes invadidas por hackers e transforma trauma em força para ampliar seu negócio

Ilustradora criou a marca Imagine e Desenhe para falar de inclusão, saúde mental e diversidade com leveza e cor

29 jul 2025 - 04h59
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Bruna Bandeira, da Imagine e Desenhe
Bruna Bandeira, da Imagine e Desenhe
Foto: Arquivo Pessoal

Aos 33 anos, a ilustradora e empreendedora Bruna Aparecida Bandeira da Silva viu seu negócio e sua segurança pessoal serem colocados em risco após sofrer um ataque hacker que comprometeu não só suas redes sociais, mas também o número de celular, e-mails e uma conta digital usada na gestão da sua marca, Imagine e Desenhe. O episódio, que poderia ter encerrado uma história construída com esforço e propósito, acabou servindo de alerta — e ponto de virada.

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“Eles fizeram uma portabilidade do meu número sem autorização e, com isso, conseguiram acesso às minhas contas”, relembra Bruna. “Às 22h30 percebi que estava sem sinal no celular. Logo fui deslogada de tudo.” A invasão foi rápida e violenta: os criminosos passaram a se comunicar com seguidores das páginas comerciais e pessoais vendendo produtos falsos em nome da artista.

Mesmo com boletim de ocorrência registrado e diversos pedidos de suporte, as plataformas demoraram semanas para responder. “Demorou um mês para eu conseguir recuperar tudo. Só consegui porque tinha gente em grupos de empreendedores que conhecia alguém dentro das empresas. Se não fosse isso, teria perdido tudo.” Algumas propostas de ajuda chegaram — mas de forma duvidosa. “Me cobraram até R$ 7 mil para recuperar conta. Achei tudo muito suspeito, da operadora até as redes sociais”, conta.

A experiência gerou não apenas prejuízos financeiros e emocionais, mas também uma série de aprendizados. Hoje, Bruna usa sistemas de verificação dupla, números de segurança de terceiros de confiança e mantém separados os dispositivos da vida pessoal e profissional. “Fiquei traumatizada. Não clico em mais nada e não confio em ninguém”, resume, com bom humor, apesar do susto.

Da infância sem sonhos ao negócio com propósito

A história da Imagine e Desenhe começa muito antes do ataque — e muito antes de virar uma empresa. Bruna cresceu na periferia de São Paulo em um ambiente onde sonhar não era incentivado.

Foto: Arquivo Pessoal

“Vim de um lugar onde meus familiares não tinham projetos pros filhos. Nunca imaginei viver da arte”, conta. Ainda jovem, saiu de casa aos 19 anos para estudar pedagogia e trabalhar. Passou por call center, loja de calçados, shopping e foi vendedora na extinta livraria Saraiva — tudo para pagar a faculdade.

Enquanto dava aulas na educação infantil, começou a ilustrar por hobby. A vontade de criar personagens e histórias que representassem seus alunos — crianças negras, periféricas e muitas vezes invisibilizadas nos materiais escolares — foi a fagulha que deu início ao projeto Imagine e Desenhe, em 2013. “Na época, era só uma forma de expressar meus sentimentos. Eu nem pensava em empreender.”

A virada veio quando uma empresa a convidou para ilustrar um evento. Com o sucesso da ação, ela percebeu que havia ali mais do que um hobby: nascia um negócio. “Foi aí que entendi que precisava tratar meu trabalho com seriedade. Queria que a Imagine e Desenhe fosse respeitada como uma empresa com propósito.”

Arte com afeto e impacto social

Com traços coloridos e mensagens que abordam temas como saúde mental, autocuidado, diversidade e representatividade, as ilustrações de Bruna passaram a circular com força nas redes sociais. O que começou como desenhos em papel fotografados e postados no Instagram, logo se transformou em uma marca com identidade visual própria, presença online estruturada, portfólio profissional e projetos com empresas.

“Comprei um iPad e digitalizei minhas artes. Paguei por logotipo, criei site, passei a emitir notas fiscais e a cuidar da parte burocrática”, explica. Bruna também aprendeu, com erros e acertos, a importância de cuidar da gestão da empresa. “Já deleguei coisas que não entendia e fui passada pra trás por um contador. Hoje, com a nova contadora, organizo tudo e cuido de cada detalhe.”

A Imagine e Desenhe cresceu, diversificou serviços e hoje oferece desde ilustrações personalizadas até oficinas, murais, palestras e projetos para empresas que buscam soluções humanizadas. Sempre com a proposta de criar conexões reais entre pessoas — e com um olhar afetuoso. “Ilustramos pessoas, histórias e momentos com muito afeto”, define.

Mais do que vender produtos ou serviços, Bruna quer gerar transformação. “Sonhar e realizar é possível. Mas melhor ainda é criar em rede, com impacto coletivo”, afirma, citando a ciberativista Triscila Oliveira: “Se a luta não for por todos, não está sendo por nenhum de nós”.

Disciplina, segurança e persistência

Mesmo com os avanços, Bruna faz questão de lembrar que mpreender é um desafio constante. “Por muitos anos, eu só sobrevivi. Só nos últimos três anos consegui viver com emais tranquilidade, fazer escolhas com autonomia”, afirma. Hoje, ela vê sua empresa consolidada, mas não esconde a luta diária. “Empreender exige disciplina, organização e resiliência.”

O ataque hacker foi um dos momentos mais difíceis de sua jornada, mas também a impulsionou a se fortalecer. “Organizei minha segurança digital e aprendi a não confiar tanto. Ter uma empresa exige responsabilidade com as pessoas que te acompanham.”

Pequenas empresas também são alvo

Segundo o especialista Leandro Casella, CEO da Exato Digital e com mais de 15 anos de experiência em segurança digital, casos como o de Bruna são cada vez mais comuns — especialmente entre empreendedores individuais e pequenas empresas.

“Hoje, nenhum negócio é pequeno demais para ser atacado. Hackers sabem que empresas menores muitas vezes deixam brechas básicas, como senhas fracas, sistemas desatualizados e ausência de autenticação em dois fatores”, explica.

E o impacto de um ataque vai muito além do prejuízo financeiro. “Reputação e confiança são ativos valiosos. Se a marca perde isso, perde seu público”, alerta Casella.

O que fazer em caso de invasão?

Caso ocorra um ataque, o primeiro passo é agir rápido:

  • Isolar o problema (desconectando sistemas comprometidos).
  • Trocar imediatamente todas as senhas.
  • Buscar suporte especializado para avaliar a extensão dos danos.
  • Registrar boletins de ocorrência e relatar o incidente às plataformas envolvidas.

No entanto, Casella reforça que o mais importante é não esperar o problema acontecer. “Prevenção é o verdadeiro diferencial. Criar uma cultura de cibersegurança dentro da empresa é o que garante a sobrevivência do negócio no ambiente digital”, diz.

Dicas para fortalecer a segurança digital

  • Use senhas fortes e únicas para cada serviço.
  • Ative a autenticação em duas etapas em todas as contas.
  • Atualize sistemas e aplicativos com frequência.
  • Evite usar redes Wi-Fi públicas para acessar dados da empresa.
  • Tenha backups regulares dos dados mais importantes.
  • Invista em antivírus e firewall confiáveis.
  • Capacite seu time com treinamentos sobre segurança digital.

Uma jornada com propósito — e proteção

Hoje, Bruna vê sua empresa consolidada e com segurança reforçada. A Imagine e Desenhe segue expandindo seus serviços com foco em inclusão, saúde mental e representatividade — mas agora com um sistema digital mais robusto.

“Ter uma empresa exige responsabilidade com as pessoas que te acompanham. Aprendi que segurança não é um detalhe técnico, é parte essencial do meu negócio”, afirma.

A história dela é um alerta — e uma inspiração — para empreendedores que ainda acham que “comigo isso não vai acontecer”. Afinal, no mundo digital, proteger o negócio é também proteger o sonho.

Fonte: Terra Content Solutions
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